segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Bolsonaro vai acompanhar julgamento no STF? Entenda obstáculos


Jair Bolsonaro assiste a julgamento no STF ao lado de seu advogado, Celso Vilardi, em março. Foto: Antônio Augusto/STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro avalia, junto a aliados e advogados, se comparecerá presencialmente ao julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para começar em 2 de setembro. Ele confidenciou a pessoas próximas que gostaria de estar na corte em algumas sessões, como forma de encarar os ministros que considera seus algozes, segundo a Folha de S.Paulo.

A decisão ainda depende de cálculos políticos, da orientação da defesa e de sua condição de saúde. A presença de Bolsonaro na Corte é vista por aliados como uma estratégia para demonstrar força em um processo que pode condená-lo a mais de 40 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

A ideia, segundo esse grupo, não seria acompanhar todo o julgamento, que deve durar duas semanas, mas marcar presença no primeiro e no último dia. Como está em prisão domiciliar, ele precisaria de autorização do relator Alexandre de Moraes para comparecer.

A saúde de Bolsonaro preocupa. Segundo relatos, ele tem enfrentado crises de soluço acompanhadas de vômitos, o que poderia dificultar sua permanência em sessões longas do STF. O boletim médico mais recente apontou tratamento para hipertensão, refluxo e medidas preventivas contra broncoaspiração. Essas questões têm pesado na decisão final.

A experiência de março, quando Bolsonaro surpreendeu ao comparecer à sessão em que o tribunal recebeu a denúncia contra ele, também serve de parâmetro. Na ocasião, ele se sentou na primeira fila e, dias depois, se tornou réu no processo.

Jair Bolsonaro durante julgamento da denúncia da PGR sobre a trama golpista no Supremo, em março. Foto: Antonio Augusto/STF

O gesto foi comparado à estratégia de Donald Trump nos Estados Unidos, que se apresentou pessoalmente em julgamentos penais, onde a presença é obrigatória. No Brasil, essa decisão é opcional.

Caso não vá ao Supremo, Bolsonaro assistirá às sessões de casa, em sua prisão domiciliar em Brasília, onde vive com Michelle Bolsonaro, a filha Laura e a enteada Letícia. Seus filhos têm livre acesso ao local, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) costuma visitá-lo diariamente.

Pessoas próximas relatam que o ex-presidente está irritado, sente-se injustiçado e vive dias de tensão crescente à medida que se aproxima a data do julgamento.

As visitas à residência estão restritas a uma por dia e precisam de autorização de Moraes. Apenas familiares diretos podem entrar sem solicitação prévia. O ex-presidente tem tentado conversar com lideranças do PL, como Valdemar Costa Neto e Sóstenes Cavalcante, mas aliados reclamam da demora nas respostas do ministro a esses pedidos.

O cenário se agrava com o indiciamento recente do ex-presidente e de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela Polícia Federal, sob suspeita de obstrução do julgamento. O relatório trouxe à tona mensagens entre os dois e o pastor Silas Malafaia, expondo discussões e xingamentos.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário