quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Alcolumbre avalia como 'ilegal' bloqueio do Congresso por bolsonaristas

Mobilização bolsonarista no Congresso gera crise política e expõe isolamento do bolsonarismo fora das redes sociais

        Davi Alcolumbre (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), enfrentou uma terça-feira (5) turbulenta. Em meio ao luto pela perda de um familiar, ele ainda teve de lidar com uma crise política provocada por parlamentares bolsonaristas, que bloquearam os plenários do Senado e da Câmara dos Deputados numa tentativa de chantagear os presidentes das duas Casas. Em uma reunião, segundo a coluna Radar, da revista Veja, Alcolumbre qualificou a ação bolsonarista como ”ilegal”.

A ação coordenada de aliados de Jair Bolsonaro (PL) impediu que as sessões parlamentares ocorressem normalmente, prejudicando o andamento de debates e votações de interesse do país. Como condição para liberar o acesso às Casas, os bolsonaristas apresentaram duas exigências: no Senado, que Alcolumbre aceitasse abrir um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal; na Câmara, que o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) colocasse em votação, de imediato, um projeto de anistia ao bolsonarismo.

Durante uma reunião no Senado, Alcolumbre classificou a iniciativa como "ilegal, arbitrária e antidemocrática". Parlamentares sugeriram alternativas para enfrentar a tentativa de captura do Legislativo. "Há ferramenta e método para obstrução. A bandalha não é uma delas", afirmou um senador à reportagem,sob condição de anonimato.

Ambos os presidentes das Casas, Alcolumbre e Motta, resistiram às pressões, mesmo após já terem sido alvo de ameaças vindas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que insinuou sanções por parte do governo dos Estados Unidos. O grupo bolsonarista acampou no Congresso durante a noite, numa tentativa de engajar sua base nas redes sociais, que, no entanto, não se traduziu em mobilizações de rua pela libertação de Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar por decisão judicial.

Em resposta à ocupação, Davi Alcolumbre divulgou nota defendendo o diálogo institucional. Hugo Motta também adotou tom conciliador. Os dois se reunirão nesta quarta-feira com outros parlamentares para discutir possíveis saídas para a crise.

No Senado, cogitou-se a transferência das sessões para o Auditório Petrônio Portella, como forma de contornar o bloqueio bolsonarista — ideia que, inicialmente, não contou com o apoio de Alcolumbre. Na Câmara, alternativas semelhantes também estão em avaliação. Ainda segundo a reportagem, até o momento, não há indicações concretas de que a crise será solucionada com ações imediatas.

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja

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