Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que está atuando para impedir que a comitiva de senadores brasileiros consiga estabelecer diálogo com autoridades dos Estados Unidos. “Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo”, disse o deputado em entrevista ao SBT, após participar da Cúpula Conservadora do Brasil, realizada em Miami.
O parlamentar criticou a missão oficial de oito senadores em Washington, que tenta adiar as tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros importados pelos EUA.
“Com certeza não e eu trabalho para que eles não encontrem diálogo porque eu sei que vindo deste tipo de pessoa só haverá acordos daquele tipo meio termo, que não é nem certo nem errado. Eu sei o que é certo. Não é dar dezessete anos de cadeia para as velhinhas. Eu quero a liberdade destas pessoas”, disse.
Eduardo parece agir contra os interesses do próprio país e defende que não há espaço para meio-termo nas negociações. Para ele, a postura da comitiva apenas reforça a ideia de que há margem para manter as decisões do STF.
“Quando eles vêm pra cá para fazer este tipo de coisa, eles dão esperança a estas autoridades, principalmente do judiciário, de que existe um meio termo, de que existe um caminho onde não seja necessário o Alexandre de Moraes se mover. Então eles prolongam o sacrifício dos brasileiros. Conhecendo bem o Trump, inclusive já tem notícias da imprensa dando conta de que ele deu ordem para os seus secretários não receberem estas comitivas, conhecendo um pouquinho do Trump, a tarifa será aplicada”, declarou.
Para o deputado, a visita prolonga a “síndrome de avestruz” da política brasileira ao ignorar o que ele considera uma crise institucional.
“Tem tido a síndrome de avestruz. Colocam a cabeça embaixo da terra, ignorando que o problema é uma crise institucional. É um problema dentro do judiciário, é um problema político e não meramente econômico. Se o Brasil der um primeiro passo para mostrar que está disposto a resolver esta situação, o Trump, sim, abre uma mesa de negociação com o Brasil”, afirmou “bananinha” em mais uma onda de ataques ao Brasil.
O deputado também defendeu possíveis sanções dos EUA contra autoridades brasileiras e declarou esperar medidas como bloqueios de bens e restrições com base na legislação americana.
“Olha, eu acredito que venha sim sanções muito em breve. É difícil você falar num dia, mas o sentimento e a expectativa é que venham sanções Magnitsky contra o Alexandre de Moraes e talvez outras autoridades. Ou melhor, sanções OFAC que podem ser aplicadas através da lei Magnitsky ou do instrumento chamado Iepa”, afirmou.
“Eu acredito que sim porque o Brasil não tem dado a resposta, não tem se comportado como uma democracia ocidental. Tem se comportado como uma ditadura muito similar à Venezuelana e os tratamentos dispensados às ditaduras são estes de sanções, complicações econômicas, até porque não se gera riqueza numa ditadura”.
A declaração de Eduardo ocorre no mesmo período em que a missão brasileira tenta mobilizar apoio de empresas e políticos americanos para evitar o início da tarifa, prevista para 1º de agosto. Enquanto isso, parlamentares como Jaques Wagner (PT-BA) e Nelsinho Trad (PSD-MS) apostam no diálogo institucional e comercial para tentar reverter o aumento das taxas.
Fonte: DCM
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