O Supremo Tribunal Federal (STF) vai reforçar a segurança do prédio-sede e dos ministros no início de setembro, quando deve ocorrer o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O esquema especial coincide com as comemorações do Dia da Independência, celebrado no dia 7, data que historicamente reúne apoiadores do ex-presidente em atos contrários ao Judiciário. Com informações do Estadão.
A decisão ocorre em Brasília, onde a movimentação política já começou a crescer. Na última sexta-feira (25), o deputado Hélio Lopes, aliado de Bolsonaro, montou uma barraca na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF. Ele foi retirado do local após ordem do ministro Alexandre de Moraes. No sábado (26), grades metálicas passaram a cercar toda a praça, e o acesso de turistas foi proibido.
O protesto de Hélio Lopes foi simbólico. Com um esparadrapo na boca, ele afirmou estar se manifestando contra decisões judiciais que impõem restrições a Bolsonaro. A ação, somada à proximidade do julgamento, acendeu o alerta de segurança no Supremo, que tem sido alvo constante de críticas e ameaças em manifestações bolsonaristas.
O STF já vinha reforçando a proteção do prédio nos últimos anos. Antes do ataque de 8 de janeiro de 2023, a Corte instalou grades metálicas em todo o perímetro. Em novembro do mesmo ano, um homem detonou explosivos em frente ao edifício e morreu, o que levou a novas medidas preventivas.

No Sete de Setembro, o esquema costuma ser ampliado com aumento do efetivo e mais equipamentos de vigilância. O mesmo padrão foi adotado nos julgamentos sobre a tentativa de golpe, realizados em 2023. Para setembro deste ano, os dois fatores — julgamento de Bolsonaro e data cívica — justificam um aparato ainda mais rígido.
Entre as ações recentes, o STF instalou pórticos de raio X e restringiu o uso de celulares dentro do tribunal durante as sessões sobre a trama golpista. Em um dos julgamentos, os aparelhos foram lacrados em embalagens plásticas, mas, após reclamações de advogados, a medida foi suspensa no dia seguinte.
Atualmente, o Supremo mantém quatro contratos com empresas de segurança. O maior deles é com a Esparta, que fornece pessoal e equipamentos por dois anos, ao custo de R$ 84,8 milhões. Para reforçar o quadro interno, a Câmara dos Deputados aprovou no início do mês um projeto que cria 160 funções comissionadas e 40 cargos de policial judicial no STF. O impacto financeiro estimado para 2025 é de R$ 7,8 milhões. O Supremo informou que os recursos serão custeados com orçamento próprio e distribuídos entre os gabinetes dos onze ministros.
Fonte: DCM com informações do Estadão
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