sábado, 26 de julho de 2025

Movimentos preparam protestos contra tarifaço de Trump em prédios do governo dos EUA


Manifestantes vestidos de Jair Bolsonaro e Donald Trump em ato na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Movimentos sociais de esquerda organizaram uma série de manifestações em frente a prédios ligados ao governos dos Estados Unidos para a próxima sexta-feira (1º), data em que entram em vigor as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente Donald Trump.

As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, junto com a União Nacional dos Estudantes (UNE), convocaram protestos em frente a consulados dos EUA em São Paulo e Rio de Janeiro, além da embaixada americana em Brasília. Outras cidades como Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte também terão atos em espaços públicos simbólicos.

A mobilização ocorre paralelamente a uma crescente oposição interna nos EUA contra as medidas de Trump. Onze senadores democratas enviaram uma carta a Trump nesta quinta (24), classificando as tarifas como “claro abuso de poder” destinado a proteger Jair Bolsonaro (PL).

“Interferir no sistema legal de uma nação soberana estabelece um precedente perigoso”, alertaram os parlamentares, destacando que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil desde 2007 e que a medida pode prejudicar 130 mil empregos estadunidenses.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Reuters

A revista The Economist reforçou as críticas em sua edição desta semana, classificando as ações de Trump como uma das “mais graves intervenções norte-americanas na América Latina desde a Guerra Fria”. A publicação britânica apontou que a cúpula do Brics no Rio, que projetou internacionalmente o Brasil sob liderança de Lula, teria sido o estopim para a retaliação comercial.

Os senadores democratas alertaram ainda sobre os riscos geopolíticos da medida: “Uma guerra comercial com o Brasil também aproximaria o país da República Popular da China em um momento em que os EUA precisam combater agressivamente a influência chinesa na América Latina”. O argumento ecoa análises de especialistas que veem nas tarifas um tiro no pé estratégico dos EUA.

Enquanto isso, a The Economist destacou o efeito contrário obtido por Trump: em vez de enfraquecer Lula, as medidas fortaleceram sua posição política, com aumento nas pesquisas e apoio até de setores conservadores preocupados com os impactos econômicos. Produtos como carne, café e suco de laranja – exportados por regiões bolsonaristas – estão entre os mais afetados pelas tarifas.

Fonte: DCM

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