sexta-feira, 25 de julho de 2025

Hélio Negão usa mordaça e acampa em frente ao STF por Bolsonaro


Hélio Lopes em frente ao STF. Foto: reprodução

O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), um dos parlamentares mais próximos de Jair Bolsonaro (PL), montou um acampamento em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (25) em protesto contra as medidas impostas ao ex-presidente. Com uma fita branca na boca simbolizando “mordaça” e vestindo uma camisa com a bandeira de Israel, o parlamentar instalou uma barraca de camping e uma cadeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

“Estou em uma manifestação pacífica, em silêncio e jejum de palavras. Não estou aqui para confrontar, provocar ou encorajar ninguém. Estou aqui por convicção, como cidadão e deputado federal. Minha boca está calada, mas minha consciência está em paz”, escreveu o bolsonarista em publicação no X.

O protesto solitário ocorre em um momento de crescentes dificuldades para o grupo bolsonarista no Congresso Nacional. Sempre ao lado do ex-presidente, Hélio ficou conhecido nas redes sociais como “Negão do Bolsonaro”.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), informou ao Metrópoles que Hélio Lopes chegou ao local na tarde desta sexta, mas não soube precisar por quanto tempo deve durar o ato. “Ele só me avisou quando estava instalando”, disse Sóstenes.

A iniciativa do parlamentar fluminense visa contestar especificamente a decisão do ministro Alexandre de Moraes que proíbe Bolsonaro de conceder entrevistas e publicar conteúdos em redes sociais. O ex-presidente é réu no inquérito que investiga suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Derrotas dos bolsonaristas

Na última semana, a bancada bolsonarista enfrentou uma série de derrotas no legislativo. O chamado “pacote anti-STF”, que incluía três eixos principais – anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, restrição ao foro privilegiado e mudanças na Lei do Impeachment para ministros – foi rejeitado pela cúpula do Congresso e até por parte do próprio PL.

“Não sei quem está levando isso a sério além de Bolsonaro e das figuras que são retrato dele. Não são pautas para o momento. O conjunto da obra e o contexto geral dão vergonha alheia”, criticou Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder da bancada na Câmara e aliado do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O líder do Republicanos, Gilberto Abramo (MG), reforçou a postura cautelosa da maioria: “Temos que agir com cautela”. A resistência a iniciativas mais radicais se manifestou mesmo durante o recesso parlamentar, quando um pedido para cancelar as férias legislativas foi negado por Motta e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), da ala menos radical do partido, foi enfático ao criticar a proposta: “Isso (fazer sessão durante o recesso) é um absurdo. Como derrubo uma agenda com o prefeito de São Paulo? Não é assim, a gente tem uma programação. Dá para fazer por videoconferência, mas ir a Brasília é para deputado da internet. Deputado que trabalha não pode ir a Brasília a qualquer momento”.

Fonte: DCM

Nenhum comentário:

Postar um comentário