Dados do Google Trends mostram picos históricos entre 2020 e 2022, com maior busca em estados do Nordeste
Ex-presidente Jair Bolsonaro e uma capa do jornal Extra, de outubro de 2021 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Reprodução)
Os internautas brasileiros nunca se preocuparam tanto com a fome quanto entre 2020 e 2022. Uma análise dos dados do Google Trends mostra que as buscas por "insegurança alimentar" atingiram níveis históricos durante a pandemia do coronavírus e por quase todo o governo de Jair Bolsonaro, com o pico absoluto registrado em novembro de 2022, quando o termo alcançou a pontuação máxima no índice de pesquisas.

O Nordeste emergiu como a região mais afetada, com Sergipe e Piauí liderando as buscas, ambos com índices de 100 pontos. Maranhão (89) e Bahia (73) aparecem em seguida, enquanto estados do Sul e Sudeste registraram números significativamente menores, como São Paulo (44) e Santa Catarina (36).
A crise sanitária funcionou como acelerador dessa preocupação nacional. Em março de 2020, logo no início da pandemia, as buscas saltaram de 4 para 20 pontos em apenas um mês. O segundo grande aumento ocorreu em abril de 2021, quando o país registrava recordes diários de mortes por Covid-19, com as pesquisas subindo de 3 para 47 pontos.
Em novembro deste mesmo ano, quando o governo federal anunciava a criação do Auxílio Brasil para substituir o Bolsa Família, as buscas por "insegurança alimentar" registraram aumento de 335% em relação à média histórica.
Contudo, foi em novembro de 2022 que a situação atingiu seu ápice, com o termo alcançando a pontuação máxima de 100 no índice do Google. Esse momento coincidiu com o período de transição governamental, o fim do auxílio emergencial e os preços dos alimentos em níveis historicamente altos.

A análise regional revela disparidades alarmantes: a preocupação com a insegurança alimentar foi sete vezes maior no Nordeste, onde a média atingiu 82 pontos, comparado ao Sul do país, que registrou média de apenas 12 pontos. Nas capitais do Norte, o interesse pelo tema foi 2,5 vezes maior que no interior paulista, enquanto as áreas urbanas mostraram índices 18% superiores às zonas rurais.
Fonte: Brasil 247
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