quarta-feira, 30 de julho de 2025

BC encerra ciclo de alta e mantém Selic em 15% ao ano


Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central. Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou nesta quarta-feira (30) o fim do ciclo de aperto monetário e decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. A decisão, que já era amplamente esperada pelo mercado, representa a primeira pausa após sete elevações consecutivas e coloca a taxa no maior patamar desde maio de 2006.

A manutenção dos juros confirma a sinalização dada pelo Copom na ata da última reunião, em 18 de junho, quando a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual.

À época, a autoridade monetária havia indicado que pretendia “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado” e avaliar se manter a política monetária restritiva por um período “bastante prolongado” seria suficiente para garantir a convergência da inflação à meta.

Desde setembro do ano passado, a Selic subiu 4,5 pontos percentuais, em trajetória iniciada na gestão de Roberto Campos Neto, sucedida por Gabriel Galípolo.

A inflação, no entanto, segue sendo um fator de preocupação. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Entrada do prédio do Banco Central do Brasil. Foto: Adriano Machado/Reuters

Atualmente, o IPCA acumulado em 12 meses está em 5,35%, acima do teto da meta contínua de 4,5%. Embora analistas enxerguem uma tendência de desaceleração, os dados mais recentes do IPCA-15, referente à primeira quinzena de julho, indicaram variação positiva de 0,33%, influenciada pela bandeira vermelha nas tarifas de energia elétrica.

Com o novo regime de metas contínuas, sempre que a inflação ultrapassa o teto por seis meses consecutivos, o presidente do Banco Central precisa apresentar uma justificativa formal ao ministro da Fazenda.

Desde que assumiu o cargo, Galípolo já teve de enviar duas cartas a Fernando Haddad explicando o descumprimento dos objetivos inflacionários. Esse instrumento de prestação de contas reforça o compromisso da autoridade monetária com a responsabilidade fiscal e com a transparência nas decisões de política econômica.

Fonte: DCM

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