Governo Lula avisa que não aceitará pressões contra o PIX em negociações com os EUA sobre o tarifaço de Trump
Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Gabriel Galípolo (Foto: Ricardo Stuckert / PR I Edilson Rodrigues / Agência Senado)
O avanço do PIX no Brasil provoca atritos com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e deve incomodá-lo ainda mais a partir de setembro. Trump decidiu incluir as operações do PIX em uma lista de práticas consideradas desleais por parte do Brasil, sob a justificativa de proteger empresas norte-americanas que atuam no setor de pagamentos.
O foco da insatisfação da Casa Branca são as operadoras de cartões de crédito, que enfrentam crescente perda de espaço para o sistema desenvolvido pelo Banco Central. E o cenário tende a se intensificar: a partir de setembro, o Banco Central lançará o PIX parcelado, uma nova modalidade que permitirá o pagamento de compras em prestações, inclusive para os cerca de 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito, mas têm uma chave PIX, relata Valdo Cruz, do g1.
A ferramenta, elogiada até mesmo pelo economista e prêmio Nobel Paul Krugman, é vista pelo governo Lula (PT) como uma inovação estratégica e um instrumento democrático de inclusão financeira. Diante disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já definiu que o PIX está fora de qualquer tipo de negociação internacional.
A avaliação política do Palácio do Planalto é de que se opor ao PIX ou se submeter a pressões dos EUA contra o método de pagamento teria um efeito negativo devastador, dada a ampla aceitação popular da ferramenta entre brasileiros de todas as vertentes ideológicas.
O embate com Trump revela o pano de fundo da disputa: os interesses comerciais de gigantes do setor financeiro americano diante da autonomia e inovação do sistema bancário brasileiro. Com a chegada do PIX parcelado, não apenas os usuários sem acesso ao crédito tradicional se beneficiarão. Muitos consumidores com cartão deverão optar pela nova modalidade para fugir de juros altos, ampliando ainda mais a adesão ao sistema gratuito do BC.
Enquanto isso, o governo Lula segue firme em sua defesa: o PIX é visto como um patrimônio nacional e um dos maiores símbolos de eficiência digital do Estado brasileiro. Sua expansão, ao invés de desacelerar, caminha para transformar profundamente o sistema de pagamentos do país — e, ao que tudo indica, continuará incomodando a indústria financeira internacional.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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