A confecção artesanal de tapetes coloridos nas ruas, conhecida como tapetes de Corpus Christi, mobiliza milhares de fiéis em manifestações que transformam cidades brasileiras em verdadeiros altares a céu aberto. Considerada pelos organizadores como continuidade da missa em local público, essa tradição trazida por Portugal no século XVIII, com registros em Ouro Preto por volta de 1733, celebra a passagem do Corpo de Cristo durante a procissão.
Originalmente feitos com flores, os tapetes passaram a incorporar serragem colorida na década de 1960, substituída depois por materiais como grãos, borra de café, sal e corantes naturais e sintéticos. A técnica evoluiu de simples decoração litúrgica para expressões artísticas e, por vezes, mensagens sociais e políticas, de acordo com estudos da UFMS e Unicamp.
Em cidades históricas mineiras como Ouro Preto, Mariana e Sabará, a tradição é preservada com fervor. Em Ouro Preto, voluntários se reúnem nas primeiras horas do dia para criar desenhos que retratam cenas bíblicas em serragem, flores e outros elementos, muitos desses eventos ganham coberturas ao vivo pela internet. Em Pirenópolis (GO), tradição semelhante usa grãos e sementes locais, e tem raízes no século XVIII.

Grandes capitais também participam do ritual público. Em Curitiba, mais de 120 mil pessoas devem acompanhar nesta quinta‑feira (19) a montagem de 128 tapetes por toda a área central, ao longo de dois quilômetros entre a Catedral e a Praça Nossa Senhora de Salete. Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a procissão ocorre sobre um tapete de 125 metros, dividido em 25 quadros temáticos sobre a fé católica.
A data de Corpus Christi, em 19 de junho de 2025, não é feriado nacional, sendo considerada ponto facultativo a nível federal. Assim, cabe a cada estado ou município decidir se será feriado municipal, com fechamento geral do comércio e repartições, ou ponto facultativo, liberando apenas os servidores públicos.
Em 2025, 18 capitais brasileiras decretaram feriado municipal no dia 19 de junho: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Teresina e Vitória.
Outras capitais optaram pelo ponto facultativo, o que significa que apenas servidores públicos têm direito à folga, ficando a critério das empresas privadas liberarem ou não os funcionários. Dentre elas estão: Brasília, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa, Rio Branco, São Luís, Palmas e Porto Velho.
Fonte; DCM
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