domingo, 22 de junho de 2025

Fraudes no INSS: CPMI começa a ser articulada e relator deve sair do centrão

Governo indica Omar Aziz para a presidência da comissão, enquanto oposição pressiona por espaço na relatoria e nomes com forte presença nas redes sociais

        INSS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Os partidos no Congresso Nacional começaram a definir suas indicações para compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação foi publicada originalmente pela CNN Brasil.

Criada em 17 de junho, a CPMI terá 30 membros titulares — 15 senadores e 15 deputados — e o mesmo número de suplentes, totalizando 60 nomes a serem escolhidos de acordo com a proporcionalidade partidária. Os maiores blocos e partidos terão direito a mais cadeiras no colegiado, o que já vem gerando disputas nos bastidores do Congresso.

O PSD foi o primeiro partido a oficializar suas indicações: o deputado Sidney Leite (PSD-AM) será titular, enquanto o deputado Carlos Sampaio (PSD-SP) atuará como suplente. Para a presidência da comissão, a base governista pretende indicar o senador Omar Aziz (PSD-BA), conhecido por seu perfil pragmático e por ter presidido a CPI da Covid em 2021.

A relatoria, porém, ainda é alvo de disputa. A função é cobiçada tanto por governistas quanto pela oposição e deve ser preenchida por um nome ligado ao centrão. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem liderado as negociações para escolher um parlamentar de perfil “equilibrado”.

Aliados do governo esperam que o relator tenha uma postura técnica e investigativa, evitando que a CPMI se transforme em palanque eleitoral. Isso porque parte da oposição tenta associar diretamente os escândalos no INSS ao Executivo. “O desafio é reverter a narrativa de que o governo foi omisso ou conivente com as fraudes”, avalia um integrante da base.

O PT, por sua vez, já indicou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência. No Senado, a bancada petista deve se reunir no dia 24 de junho para fechar sua lista de nomes. Segundo o líder do partido na Casa, senador Rogério Carvalho (PT-SE), a preferência é por nomes “combativos”. As irregularidades no INSS vieram à tona após uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, que revelou um esquema de descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas desde 2019.

Principal articulador da criação da CPMI, o PL — maior partido da oposição — ainda discute internamente suas indicações. Com 90 deputados, a legenda deverá ocupar seis cadeiras, somando titulares e suplentes. Entre os nomes mais cotados estão os deputados Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Coronel Fernanda (PL-MT) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Este último é considerado um dos trunfos da direita pela sua expressiva influência nas redes sociais.Ferreira já causou desgaste ao governo em episódios anteriores, como a crise envolvendo o Pix, no início deste ano. A expectativa é que ele integre a chamada “tropa de choque” oposicionista dentro da CPMI.

Para que a comissão possa ser instalada, os partidos ainda precisam concluir a escolha dos membros. Depois disso, caberá ao presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), marcar a data oficial de início dos trabalhos.

A primeira sessão será dedicada à eleição da presidência e vice da CPMI, cargos que, apesar de passarem por votação, geralmente são definidos por acordo político. Uma vez eleito, o presidente nomeará o relator — nome que também deverá ser fruto de negociação entre os blocos.Com o recesso parlamentar se aproximando, previsto para começar em 18 de julho, a expectativa entre os parlamentares é que a CPMI só entre em funcionamento efetivo a partir do segundo semestre.

Fonte: Brasil 247 com CNN Brasil

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