Para Sabino, federação com PP fortalece partido e exige mais espaço no Planalto; ministro quer União Brasil na vice de Lula em 2026
Apesar das tensões recentes entre o União Brasil e o Palácio do Planalto, o ministro do Turismo, Celso Sabino, afirma que a ala governista do partido é "maioria". Em entrevista ao jornal O Globo, Sabino minimizou a crise provocada pela recusa do líder da sigla na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), ao convite para assumir o Ministério das Comunicações, e disse que o União Brasil deve caminhar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já em 2026.
"Vamos defender, inclusive, que o União Brasil faça parte da chapa indicando o vice do presidente", afirmou Sabino. O ministro também afirmou que, apesar das divergências internas, seu grupo político tem dado apoio ao governo. “O União Brasil tem 60 deputados e costuma entregar 40, 45, 38 votos. É o partido que numericamente mais tem aprovado os projetos de interesse do Brasil e do governo”, destacou.
Sabino defendeu que o governo leve em consideração o peso político do partido na composição ministerial, especialmente após a formalização da federação entre União Brasil e PP. Segundo ele, a aliança ampliará a base aliada na Câmara dos Deputados: “Vamos para 110 deputados na Câmara, e a nossa perspectiva é que, com a janela partidária, a gente chegue a 150”. E completou: “Dentro desse contexto de presidencialismo de coalizão, a gente trata os maiores com mais carinho”.
Questionado se ainda existe espaço para reforma ministerial, o ministro foi categórico: “Só quem sabe é uma pessoa: Luiz Inácio Lula da Silva”. E reforçou que, apesar do desconforto da bancada com a nomeação de Frederico de Siqueira Filho para as Comunicações — apadrinhado por Davi Alcolumbre (União-AP) —, o indicado é “muito bem preparado” e “vai saber atender a bancada”.
Sabino também rebateu críticas ao apoio do partido a projetos polêmicos, como o pedido de urgência para a votação do projeto de anistia. Segundo ele, “é normal” assinar requerimentos para viabilizar o debate e, quando o mérito for apreciado, muitos devem mudar o voto. “Eu garanto para você que muitas das pessoas que assinaram o pedido de urgência tenderão a votar contra no mérito”.
Sobre a Conferência do Clima da ONU (COP30), que será realizada em Belém em 2025, o ministro tratou da preocupação com a alta nos preços da hospedagem. De acordo com ele, o governo está investindo mais de R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura e firmando acordos com o setor hoteleiro para conter abusos. “Conversamos com plataformas e, inclusive, devemos em breve retirar do ar anúncios que estão sendo feitos com preços absurdos”, disse. Ele descartou qualquer tipo de tabelamento: “É combate ao abuso, que é crime contra a economia popular”.
Apesar das resistências internas no União Brasil, Sabino rejeita a ideia de que o partido precise esperar até o fim do ano para decidir sua posição em 2026, como defende o deputado Elmar Nascimento. “Acho que devíamos definir agora: ir com o Lula”, afirmou.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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