
Uma pesquisa Datafolha realizada entre os dias 8 e 11 de abril revelou que o Brasil está praticamente dividido quando o assunto é o consumo de álcool: 51% da população adulta afirma beber, enquanto 49% não consomem a substância. O levantamento foi feito com 1.912 entrevistados em 113 municípios e aponta mudanças importantes no comportamento da população, especialmente entre os mais jovens e as mulheres.
Entre os que consomem álcool, 53% afirmam ter diminuído a ingestão no último ano, contra apenas 12% que dizem ter aumentado o consumo. Além disso, a média de consumo semanal registrada foi de 4,5 doses. Ainda assim, 81% dos consumidores consideram que bebem na medida certa. Apenas 18% acreditam que passam do limite, sendo que “11% dizem beber mais do que deveriam e 7% acham que bebem muito mais do que deveriam”, aponta a pesquisa.
A faixa etária com maior consumo de bebidas alcoólicas é a dos 18 aos 34 anos, com 58% de adesão. A partir dos 35 anos, os índices caem progressivamente, chegando a 35% entre os idosos com 60 anos ou mais. A pesquisa também ouviu adolescentes entre 16 e 17 anos separadamente, revelando que 27% deles já ingerem álcool, sinal de alerta diante da precocidade no contato com a substância.
O estudo mostra ainda uma disparidade entre os gêneros: “os brasileiros bebem mais do que as brasileiras”. Enquanto 58% dos homens afirmam consumir álcool, apenas 42% das mulheres fazem o mesmo. As mulheres também são as que mais rejeitam o sabor da bebida: “25% das mulheres que não bebem” citaram isso como razão, contra 14% dos homens. Curiosamente, os homens também são mais críticos com o próprio consumo: 21% deles reconhecem exagero, ante 14% entre as mulheres.

As motivações para não beber revelam aspectos culturais, sociais e de saúde. O principal motivo citado é preocupação com a saúde (34%), seguido por “não gostar do sabor” (21%) e questões religiosas (13%). “O desagrado com o comportamento de quem bebe” também apareceu como justificativa entre 7% dos entrevistados. A preocupação com dependência ou histórico familiar de alcoolismo aparece em menor proporção, com 8% e 7%, respectivamente.
A pesquisa também evidencia um padrão de consumo relacionado à renda. O álcool é menos presente entre os mais pobres — apenas 43% dos que vivem com até dois salários mínimos dizem beber. O percentual sobe para 64% entre os que ganham entre cinco e dez salários mínimos, mas curiosamente cai para 59% entre os que recebem mais de dez salários. Segundo a *Folha*, esses dados revelam uma relação complexa entre consumo, poder aquisitivo, cultura e percepção de risco no Brasil.
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário