"A tendência é subir mais", cravou o líder do PT na Câmara
Lindbergh Farias (Foto: Kayo Magalhaes / Câmara )
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), comemorou neste sábado (2) os números divulgados na pesquisa Datafolha, que apontou liderança do presidente Lula (PT) na simulação dos votos para a eleição de 2026.
“A pesquisa é muito positiva porque Lula melhora em todos cenários. E a tendência é subir mais com a aliança entre Trump e a família Bolsonaro patrocinando tarifas contra o Brasil. Abre-se um espaço para chapa Lula/Alckmin reconstruir uma frente ampla em defesa do Brasil e da democracia”, afirmou Lindbergh na rede social X.
“A candidatura do Tarcísio entra em brutal defensiva e desorientação. Nenhuma palavra até agora sobre sanções dos EUA contra Alexandre Moraes. Ganha força a hipótese de uma candidatura da família Bolsonaro. Por outro lado, números positivos para Lula na economia. Menor desemprego da história e renda crescendo. E ainda vem o julgamento do Bolsonaro nos próximos 2 meses. Melhor impossível!”, acrescentou.
De acordo com a pesquisa, Lula lidera com folga quando enfrenta o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O petista vence também o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Em segundo turno, Lula vence todos esses nomes citados e também ganha na disputa contra Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral em 2023 por declarações golpistas feitas pelo ex-mandatário no ano anterior.
Eduardo, Flávio e Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é, entre os nomes do clã Bolsonaro cotados para 2026, quem mais se destaca contra o presidente Lula (PT), segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (2). Ela aparece à frente do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em todos os cenários testados de primeiro e segundo turno.
No primeiro turno, Lula tem 39% das intenções de voto, contra 24% de Michelle. Já contra Eduardo Bolsonaro, o petista marca 39%, enquanto o deputado federal aparece com 20%. Em um cenário com Flávio Bolsonaro, Lula lidera com 40%, e o senador tem 18%.
O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução
Em todos os cenários testados, foram considerados nomes de centro-direita como Ratinho Jr. (PSD), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Romeu Zema (Novo), cujas intenções variaram entre 14% e 6%.
Na simulação de segundo turno, Lula também vence os três adversários da família Bolsonaro. Contra Michelle, o presidente teria 48% das intenções de voto, contra 40% da ex-primeira-dama. Contra Flávio, Lula marca 48% a 37%, e contra Eduardo, a diferença é de 49% a 37%.
A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, com 2.004 eleitores com mais de 16 anos, em 130 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou neste sábado (2) da abertura do evento do PL Mulheres em Marabá, no Pará, onde discursou com voz embargada ao falar sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. “O galego está em casa”, afirmou a uma apoiadora, em referência ao marido, que cumpre medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Ovacionada por apoiadores aos gritos de “Michelle, Michelle”, a ex-primeira-dama subiu ao palco emocionada, sendo amparada por uma integrante do partido que lhe entregou lenços de papel. “Com certeza meu galego está assistindo”, disse, fungando. Jair Bolsonaro, por determinação judicial, está impedido de sair de casa nos fins de semana e permanece em Brasília.
Durante seu discurso, Michelle exaltou a figura do marido, chamando-o de “cabra macho que ama sua nação” e declarou que a família poderia estar nos Estados Unidos, mas escolheu “não abandonar o povo”. A fala ocorreu diante de um telão que exibia imagens dela abraçando crianças e discursando em eventos anteriores.
A ex-primeira-dama também afirmou que o carinho recebido pelos apoiadores tem sido essencial para manter a família firme. “Este carinho é o que tem nos ajudado a conseguir estar de pé. Não é fácil enfrentar o sistema”, declarou. A frase foi interpretada como uma crítica ao STF e ao processo judicial envolvendo o ex-presidente.
Michelle permanecerá no Pará durante o fim de semana e não comparecerá ao ato bolsonarista previsto para este domingo (3) na Avenida Paulista, em São Paulo. A ausência já havia causado desconforto entre aliados, que esperavam sua presença como principal liderança da família no evento nacional.
A expectativa é de que Michelle participe de uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro em Belém, capital do estado. O PL pretende organizar atos em diversas cidades, mesmo com a ausência das principais lideranças bolsonaristas, incluindo o ex-presidente e o governador Tarcísio de Freitas, que também não irá à Paulista.
Lula, presidente do Brasil, com boné em defesa da soberania. Foto: reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preserva importantes bolsões de apoio entre eleitores do Nordeste, pessoas negras, católicos e brasileiros com mais de 60 anos, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (2). O levantamento indica que 29% da população avaliam o governo como ótimo ou bom, enquanto 40% o classificam como ruim ou péssimo. Outros 29% consideram a gestão regular.
Entre os nordestinos, região historicamente alinhada ao petista, Lula registra 38% de aprovação, a maior entre todas as regiões do país. A rejeição no Nordeste também é a menor: 28%. O desempenho contrasta com os dados do Sul, onde 51% consideram o governo ruim ou péssimo, e apenas 24% aprovam.
A divisão por raça também destaca a sustentação popular entre os pretos, com 35% de avaliação positiva e 28% de negativa. Já entre brancos, a rejeição sobe para 48%. Entre pessoas pardas, 29% aprovam e 38% reprovam a administração federal. O desempenho é mais favorável entre os mais velhos: na faixa acima dos 60 anos, Lula tem apenas 30% de rejeição.
Discurso de Lula no Nordeste. (Ricardo Stuckert – agosto/2017)
No recorte religioso, católicos dividem-se igualmente: 34% aprovam e 34% reprovam. Já entre evangélicos, o cenário é mais desafiador, com 55% de rejeição e apenas 18% de aprovação — uma queda significativa em relação aos 30% registrados em outubro de 2024. A distância reforça o desafio do governo com esse público específico.
A pesquisa também mostra um equilíbrio entre os mais pobres: entre quem ganha até dois salários mínimos, 34% aprovam e 33% desaprovam a gestão Lula. A avaliação negativa cresce conforme aumenta a renda. Entre os que recebem de 5 a 10 salários mínimos, a rejeição chega a 62%. No grupo com renda acima de dez salários, 57% consideram o governo ruim ou péssimo.
Realizado com 2.004 entrevistados em 130 municípios, o levantamento foi feito entre os dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para o total da amostra. Os dados indicam que, apesar da pressão em determinados segmentos, Lula mantém respaldo firme entre as bases que tradicionalmente o apoiam, sinalizando caminhos para consolidar seu governo em meio aos desafios.
A mais recente pesquisa Datafolha indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem conseguido ampliar sua vantagem sobre o bolsonarismo e lidera com folga a corrida presidencial para 2026.
De acordo com o levantamento, o petista é o nome preferido em todos os cenários testados, com destaque entre os mais pobres, no Nordeste e entre pessoas pretas. A pesquisa revela que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo, o petista mantém uma base sólida de apoio.
No cenário de primeiro turno com mais candidatos, Lula aparece com 36% das intenções de voto, contra 28% do inelegível Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário político. Ciro Gomes (PDT) surge com 7%, seguido por Romeu Zema (Novo), com 5%, e Michelle Bolsonaro (PL), com 4%. Brancos, nulos ou indecisos somam 17%. Quando o embate é direto entre Lula e Bolsonaro no segundo turno, o presidente vence por 50% a 40%.
A vantagem de Lula se mostra mais expressiva entre os eleitores de baixa renda e das regiões Norte e Nordeste. No Nordeste, o petista chega a 56% dos votos no primeiro turno, enquanto Bolsonaro marca 18%. Entre quem ganha até dois salários mínimos, Lula lidera com 47%, contra 22% do ex-presidente. Os dados reforçam a fidelidade do eleitorado historicamente vinculado a políticas sociais e de redistribuição de renda.
Lula e Jair Bolsonaro em debate presidencial em 2022. Foto: reprodução
O presidente também se destaca entre o público feminino, onde tem 39% das intenções de voto contra 24% de Bolsonaro. Entre pessoas pretas, Lula lidera com 46%, frente a 22% do ex-capitão. A diferença entre os dois é menor entre os brancos, mas ainda assim o petista vence por 32% a 31%. A rejeição a Bolsonaro segue alta: 54% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum, contra 45% de rejeição a Lula.
Apesar de pressões internacionais e instabilidades, a gestão Lula tem conseguido manter sua força eleitoral. A percepção de que o governo atua na reconstrução institucional e na defesa da democracia parece consolidar a imagem de estabilidade. O bolsonarismo, por outro lado, enfrenta dificuldades para recuperar terreno, mesmo com tentativas de reorganização por parte de aliados do ex-presidente.
Os resultados da pesquisa sugerem que, caso a eleição fosse hoje, Lula estaria em posição privilegiada para conquistar um terceiro mandato consecutivo para o PT. A manutenção da liderança nos principais segmentos do eleitorado e a alta rejeição a Bolsonaro apontam para um cenário desafiador à oposição. A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 29 e 30 de julho, com 2.004 entrevistados em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Vice-presidente da República, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), empata com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em primeiro e segundo turnos em uma disputa presidencial sem o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi o que mostrou a pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (2).
De acordo com os números, Alckmin registrou 24% das intenções de voto, e Tarcísio, 22%. O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), alcançou 14%. Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), conseguiram 7% cada.
Neste cenário, com o vice-presidente e com os governadores, 21% afirmaram que votariam branco, nulo ou nenhum, e 5% disseram que não sabiam responder.
As estatísticas apontaram que o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), empataria com Tarcísio na primeira etapa, com 23% dos votos cada, mas perderia em um eventual segundo turno (43% a 37%).
O Datafolha entrevistou 2.004 eleitores maiores de 16 anos entre os dias 29 e 30 de julho, em 130 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Em depoimento, Gilberto Firmo disse que recebia vários materiais de pedofilia e pornografia num grupo de aplicativo de mensagens
Gilberto Firmo e a PF (Foto: Reprodução / Uol I Agência Brasil)
A Polícia Federal relatou neste sábado (2) que Gilberto Firmo, tio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, compartilhou "ao menos dez arquivos contendo abuso sexual infantil" pelo Facebook a partir de seu email e IP de sua residência.
Em depoimento, Gilberto afirmou que recebia vários materiais de pedofilia e pornografia num grupo de aplicativo de mensagens. O grupo tinha sete pessoas, sendo cinco surdos e dois intérpretes de Libras, mas que pedia para essas pessoas pararem de mandar imagens para ele. O relato saiu no Portal Uol.
O tio de Michelle foi preso nessa sexta (1) na própria casa em Ceilândia (DF) e foi solto após uma audiência de custódia. A investigação continua.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Após a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, grupos de direita no WhatsApp e no Telegram passaram a registrar, na sexta-feira (1º), um aumento significativo de mensagens em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Segundo levantamento da consultoria Palver, que monitora grupos públicos de mensagens, a cada 1.500 postagens sobre o caso, metade criticava as sanções impostas pelo governo de Donald Trump contra Moraes.
Usuários apontaram violações à soberania nacional e condenaram o uso da legislação americana — que permite penalidades a violadores de direitos humanos e corruptos estrangeiros — contra um ministro brasileiro.
“Absolutamente inaceitável e afrontoso que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defenda a aplicação da Magnitsky”, diz uma das mensagens analisadas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução
A sanção contra Moraes foi anunciada na última quarta-feira (30), sob a alegação de que o magistrado teria atuado contra a liberdade de expressão e perseguido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje réu por tentativa de golpe.
De acordo com Felipe Bailez, CEO da Palver, no início houve uma onda de críticas ao STF. No entanto, esse padrão se reverteu nas horas seguintes. “Essa tendência indica que as sanções contra o ministro e as tarifas têm sido mal recebidas pela maioria dos usuários no WhatsApp”, afirma.
O monitoramento, feito entre quarta (30) e sexta-feira (1º), identificou o pico de menções à Lei Magnitsky logo no primeiro dia, com 474 registros a cada 100 mil mensagens trocadas nos grupos analisados.
O presidente Lula (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou durante jantar com o presidente Lula (PT) que, por ora, não há interesse em acionar a Justiça americana para contestar as sanções impostas pelos Estados Unidos, conforme informações do Globo.
O encontro ocorreu na noite da última quinta-feira (1º), no Palácio da Alvorada, com a presença de ministros do STF e integrantes do governo.
Segundo um dos participantes, Moraes descartou a adoção imediata do caminho jurídico nos EUA, mas não excluiu a possibilidade de medidas futuras. O ministro não vê, no momento, necessidade de adotar esse caminho jurídico.
A fala ocorreu um dia depois de Lula ter orientado o advogado-geral da União, Jorge Messias, a avaliar alternativas legais para contestar o enquadramento de Moraes na Lei Magnitsky. Com a sinalização de Moraes, a Advocacia-Geral da União deve focar inicialmente em possíveis ações em tribunais internacionais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução
O jantar foi convocado por Lula para demonstrar apoio institucional ao Supremo, após o governo de Donald Trump anunciar sanções econômicas contra Moraes, sob a alegação de que ele teria violado a liberdade de expressão e perseguido Jair Bolsonaro (PL), hoje réu por tentativa de golpe.
Além de Moraes e Lula, participaram do encontro o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e os ministros Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Edson Fachin. Também estiveram presentes Jorge Messias, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
As sanções foram divulgadas no mesmo dia em que Trump oficializou um tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras, com exceções para cerca de 700 produtos, incluindo aviões, petróleo, suco de laranja e celulose.
O jornalista J.R. Guzzo, morto neste sábado (2) aos 82 anos. Reprodução
Morreu às 5h deste sábado (2), vítima de infarto, o jornalista José Roberto Dias Guzzo, conhecido como J.R. Guzzo. Ele tinha 82 anos e era colunista da Revista Oeste, da qual foi um dos fundadores.
Paulista da capital, Guzzo teve carreira longa e influente no jornalismo brasileiro, com passagens por importantes veículos da grande imprensa e, nos últimos anos, alinhado a pautas da extrema-direita.
Formado pela Faculdade Cásper Líbero, Guzzo começou a carreira nos anos 1960 e foi repórter, editor e diretor em diversos veículos. Seu nome se consolidou no comando da revista Veja, da qual foi diretor de redação entre 1976 e 1992, período em que a publicação atingiu seu auge em circulação e influência.
Também teve atuação destacada na Exame, no Jornal da Tarde e foi colunista de O Estado de S. Paulo e Gazeta do Povo.
Nos últimos anos, assumiu a defesa do bolsonarismo. Em 2020, ajudou a fundar a Revista Oeste, uma cloaca golpista. Lá, atuava como conselheiro editorial e principal colunista.
Com sua morte, encerra-se uma trajetória de mais de 60 anos de atuação no jornalismo político brasileiro, marcada por uma transição entre o jornalismo corporativo tradicional e o ativismo ideológico. Vai tarde.
Destroços da aeronave que caiu em Vinhedo (SP) há quase um ano. Foto: Divulgação
Quase um ano após o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP), um ex-auxiliar de manutenção afirmou que uma falha no sistema de degelo foi omitida do diário de bordo (TLB) horas antes da decolagem do voo 2283 da Voepass, na madrugada de 9 de agosto de 2024, conforme informações do g1.
De acordo com o testemunho, o comandante do voo 2293 reportou à equipe que a aeronave havia apresentado “airframe fault” durante o voo, alertando que “foi acionado e ela desarmava”, um comportamento anormal do sistema de degelo.
Segundo ele: “Essa aeronave nunca tinha apresentado esse tipo de falha, né? Só que no dia do acidente, quando essa aeronave chegou de Guarulhos para Ribeirão, ela foi reportada verbalmente pelo comandante que trouxe ela. Foi alegado que ela tinha apresentado o airframe [fault] (alerta emitido quando há problema no degelo) durante o voo. E ela estava desarmando sozinha. Ele acionava [o sistema] e ela desarmava. Coisa que não poderia acontecer.”
Mesmo assim, como o alerta foi verbal e não registrado no diário de bordo técnico (TLB), a liderança de manutenção ignorou o problema, conforme as normas regulatórias exigem registro formal para medida corretiva.
Com base em registros do Flightradar e no relato do ex-funcionário, a sequência foi a seguinte:
00h12 – decolagem de Guarulhos
01h00 – pouso em Ribeirão Preto; falha de degelo relatada verbalmente pelo piloto
01h–05h30 – aeronave no hangar; aviso ignorado
05h32 – decolagem para Guarulhos
06h35 – pouso em Guarulhos
08h20 – decolagem para Cascavel
11h56 – decolagem de Cascavel rumo a Guarulhos
13h22 – queda em Vinhedo
◆ Falha ignorada por pressões internas
O ex-auxiliar relatou que havia pressão da diretoria para que os voos fossem realizados sem atrasos, mesmo com falhas técnicas não registradas: “Era a própria diretoria que exigia isso, queria o avião voando. Então, assim, eles nem pesquisaram [o problema no sistema de degelo].”
A equipe de manutenção, com poucas horas para agir, decidiu não investigar o problema por não constar formalmente no TLB.
“O próprio líder questionou: ‘Bom, se ele não reportou em livro, não tem pane na aeronave’. Esse era o legado da empresa: se o comandante reporta, tem ação de manutenção; se não reportou, eles não vão perder tempo com nada que ele falar”, disse.
O ex-funcionário concluiu: “Se o piloto reporta, essa aeronave tinha ficado aqui [em Ribeirão Preto] ou ela não teria ido para o destino final que ela foi. Então, assim, com certeza um acidente poderia ter sido evitado.”
◆ Quebra técnica e limites da segurança
Durante o voo fatal, a perícia constatou que o sistema de airframe de-icing foi acionado três vezes, mas aparentemente não funcionou.
Carlos Eduardo Palhares Machado, do Instituto Nacional de Criminalística, declarou: “Eles estarem voando em uma altitude, uma altitude que tem gelo, em uma condição de gelo severo, e ter apertado por três vezes e, muito provavelmente, aquele dispositivo não ter funcionado, isso é muito relevante do ponto de vista do que causou… do que pode ter causado o acidente.”
Além disso, o Cenipa destacou que a caixa-preta captou conversa dos pilotos mencionando a falha e a situação crítica de gelo: “bastante gelo” foi dito por um dos tripulantes pouco antes da queda.
◆ Histórico de problemas e investigação
A aeronave era conhecida internamente por falhas recorrentes, como tail-strike e despressurização, além do uso constante de ACR (Ação Corretiva Retardada) para driblar manutenções programadas. O funcionário afirmou: “Ela saía com uma lista gigantesca de ACR… Já ia voar com problema.”
Atualmente, a Polícia Federal investiga possível crime na omissão do TLB, enquanto a Anac já cassou o certificado de operação da Voepass. O Cenipa continua com a análise técnica e a PF apura qual participação humana levou ao acidente. O delegado Edson Geraldo de Souza resumiu:
“Embora, num primeiro momento, nós saibamos já desde o início o que levou à queda do avião, agora é entender como houve a ação humana… e quem são as pessoas que estão relacionadas a essa ação humana.”
Celulares das marcas Oppo, Jovi e Honor. Foto: reprodução
As fabricantes chinesas de smartphones aumentaram sua presença no Brasil desde o fim do ano passado, com algumas anunciando produção local. No entanto, apesar dos esforços, elas ainda não conseguiram abalar a hegemonia de Samsung, Motorola e Apple, que, junto com a Xiaomi, dominam quase 90% do mercado.
Segundo a IDC, consultoria global de tecnologia, o impacto das novas concorrentes nas vendas tem sido mínimo. “Passados mais de seis meses desse movimento, a gente ainda não viu nenhuma grande mudança”, afirmou Reinaldo Sakis, diretor de pesquisa da IDC para a América Latina.
Atualmente, sete fabricantes chinesas atuam no país, com estratégias distintas. Enquanto Huawei e Honor optaram por importar aparelhos, outras, como Oppo e Infinix, firmaram parcerias com empresas locais para montagem. Já Jovi e Realme estão produzindo por conta própria em Manaus, com a primeira contratando executivos experientes do mercado brasileiro.
Apesar desses investimentos, as vendas ainda não decolaram. Sakis destacou apenas uma pequena mudança: “Lojas em marketplaces como Mercado Livre e Amazon começaram a oferecer aparelhos da realme no lugar dos da Xiaomi”. Dados da Canalys mostram que, entre janeiro e março, foram vendidos 9,5 milhões de smartphones no Brasil, um crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2023.
Janaina Paschoal é expulsa da 4ª Conferência Estadual LGBT+ em São Paulo
A abertura da 4ª Conferência Estadual dos Direitos da População LGBT+, realizada nesta sexta-feira (1º) no CÉU Carrão/Tatuapé, em São Paulo, foi marcada por um tumulto envolvendo a vereadora Janaina Paschoal (PP).
Convidada apenas como ouvinte, a ex-deputada invadiu o palco sem autorização, interrompeu falas oficiais e provocou a plateia ao afirmar que o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 “não foi golpe”. A declaração inflamou os presentes, que reagiram com vaias e palavras de ordem, exigindo sua saída imediata do espaço.
Janaina, que não fazia parte da mesa nem tinha direito à palavra no evento, foi retirada às pressas. Sua presença, considerada inadequada por participantes e organizadores, foi vista como tentativa de desestabilizar um espaço construído por e para pessoas LGBTQIAPN+.
“Ela foi à Conferência apenas para lacrar e provocar tumulto. Expulsamos porque ela não representa nossa luta nem respeita nossa história”, afirmou Diego Carvalho, coordenador de Políticas LGBTQIA+ do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
A atitude da vereadora de extrema-direita foi classificada como “um ataque à democracia” por diversos representantes da sociedade civil. A confusão fez até a cônsul-geral da Bélgica em São Paulo abandonar o palco, em protesto ao desrespeito protagonizado por Janaina.
Em nota, participantes destacaram que a Conferência foi fruto de anos de mobilização e que a presença de figuras contrárias às pautas do movimento não será tolerada como forma de sabotagem.
Com 350 delegados de todo o estado, a 4ª Conferência Estadual LGBT+ de São Paulo segue até domingo (4), com debates sobre enfrentamento à violência, saúde, trabalho, juventude e institucionalização de políticas públicas. As propostas aprovadas serão encaminhadas à etapa nacional, prevista para outubro, em Brasília, como parte do processo de reconstrução da política LGBTQIA+ no Brasil.
Jair Bolsonaro durante depoimento a Alexandre de Moraes no STF. Foto: Gustavo Moreno/STF
A tentativa de interferência do governo estadunidense no processo sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) está produzindo um efeito contrário ao desejado por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Segundo a Folha de S.Paulo, quatro ministros do Supremo afirmaram que as ações de Donald Trump, incluindo sanções contra Alexandre de Moraes, estão fortalecendo o espírito de corpo da corte e devem resultar em votos ainda mais enfáticos em defesa da soberania nacional durante o julgamento marcado para setembro.
Os ministros da Primeira Turma, grupo responsável pelo caso, descartam qualquer possibilidade de suavizar as penas dos réus diante da pressão internacional.
Pelo contrário: avaliam que a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para obter apoio de Trump contra o STF será analisada em processo separado, por suposta obstrução de Justiça. A PF já mantém sob custódia publicações do deputado nas redes sociais, consideradas provas contra ele.
O julgamento do núcleo central da trama golpista entra na fase final, com as defesas tendo até 13 de agosto para apresentar alegações finais. Advogados dos réus admitem à Folha que a estratégia de pressionar o STF por meio do governo Trump está surtindo efeito inverso. “O Supremo não vai recuar”, reconhece um deles, que chega a temer aumento nas penas.
Jair Bolsonaro e Donald Trump. Foto: reprodução
A reação institucional do STF vem em camadas. Inicialmente, os ministros minimizaram as críticas de Trump nas redes sociais. Porém, após a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, a postura se tornou mais firme. O presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, emitiu carta afirmando que as sanções se baseiam em “compreensão imprecisa dos fatos”.
Os votos recentes na Primeira Turma (Moraes, Zanin, Dino e Fux) mostram a união em torno da defesa da soberania, mesmo com divergências pontuais. Até Fux, que votou contra as medidas cautelares a Bolsonaro, exaltou a independência da corte. Moraes foi incisivo: “Nenhuma autoridade, por mais conhecida e acreditada que seja, está acima da lei”.
Flávio Dino comparou a ação de Trump a um “sequestro da economia” brasileira, cujo “resgate” seria o arquivamento do processo. “Esse ‘sequestro’ certamente merecerá muitos estudos acadêmicos, inclusive nas Universidades dos Estados Unidos, por seu caráter absolutamente esdrúxulo”, afirmou.
Paula Zambelli afirma que partido não oferece apoio jurídico nem financeiro e teme pelas condições de saúde da parlamentar presa em Roma
Carla Zambelli. Foto: Pablo Valadares / Agência Câmara
A advogada e professora universitária Paula Zambelli afirmou que sua irmã, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), vem enfrentando um processo de abandono por parte do Partido Liberal, desde que deixou o Brasil até sua prisão na Itália, ocorrida na última terça-feira (29).
“O que mais me deixa perplexa é o abandono institucional: eu não imaginava que uma deputada da envergadura da Carla, a parlamentar mulher mais votada desta legislatura e do partido, ao passar por uma situação como esta seria desconsiderada pelo próprio partido”, disse Paula ao criticar a postura do PL, que segundo ela, deixou de oferecer suporte financeiro e jurídico à irmã, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
A irmã da deputada demonstrou ainda profunda preocupação com o estado de saúde de Carla Zambelli, que já passou por cirurgias cardíacas e para retirada de um tumor cerebral, além de sofrer de depressão severa. Segundo Paula, Carla depende de medicação contínua e enfrenta uma série de condições que requerem cuidado permanente.
“Carla possui muitas doenças que, combinadas, podem trazer efeitos muito diferentes, a depender de como ela está, e de qual remédio lhe falta. Isso é um motivo de muita preocupação, pois ela pode perder os sentidos, desmaiar, ficar com falta de sensibilidade de membros, fora as questões emocionais e psicológicas de alguém que tem depressão profunda”, detalhou.
Paula, que tem posicionamento político alinhado à esquerda — diferente da irmã —, relatou que, apesar de hoje manterem uma relação próxima, as duas chegaram a ficar três anos distantes por divergências ideológicas. O afastamento coincidiu com o período entre o fim do governo Dilma Rousseff (PT) e a eleição de 2018, quando Carla foi eleita deputada.
Mesmo com visões distintas, Paula reconhece o papel representativo da irmã: “Nossas convicções políticas são diferentes, e me entristece toda essa polarização, mas precisamos lembrar que ela representa muitas pessoas que pensam como ela, e essa é a beleza maior da democracia”, afirmou.
De São Paulo, Paula mantém contato frequente com o pai, João Hélio Salgado, que embarcou para a Itália antes da prisão da filha. Toda a família — incluindo a mãe e o irmão caçula, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP) — está mobilizada em torno da saúde e do bem-estar da parlamentar.
Sobre a possibilidade de extradição, Paula considera o cenário como angustiante: “Um processo de extradição implica em cumprir uma pena no Brasil de algo que ela reafirma que não fez. E, em sendo uma pena injusta e alta, aplicada a um fato que ela diz não ter cometido, há também o receio de não ser convertida em domiciliar”.
Apesar disso, Paula acredita que a prisão pode ser um ponto de virada na trajetória da irmã. “Considero que é um dos capítulos da história dela. Carla tem 45 anos. Então eu tenho um desejo profundo de que tudo isso tenha algum propósito maior”, disse, acrescentando que o episódio pode levar Carla a “moderar algumas ideias em que é radical ou extremista” e a “solidificar alguns dos princípios que são fundamento do caráter dela”.
Carla Zambelli foi presa na última terça-feira (29) em um apartamento em Roma, após ser localizada pela polícia italiana com base em um alerta da Interpol. Desde o fim de maio, ela estava foragida da Justiça brasileira, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão. A sentença, proferida de forma unânime pela Primeira Turma do STF, não permite mais recursos — o processo transitou em julgado.
A condenação diz respeito à participação da deputada na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023. Segundo os registros, Zambelli deixou o Brasil poucos dias após a decisão do Supremo, passando pela Argentina e depois pela Flórida, nos Estados Unidos, antes de buscar refúgio na Itália.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Movimento “Rage Against the Regime” organiza ações em centenas de cidades contra políticas autoritárias e violações de direitos humanos
Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: REUTERS/Christian Hartmann)
Cidades por todo os Estados Unidos se mobilizam neste sábado (2) para um dos maiores dias de protesto do ano contra o governo do presidente Donald Trump, que cumpre seu segundo mandato desde janeiro de 2025. Batizado de “Rage Against the Regime” (Raiva Contra o Regime), o movimento é articulado pelo coletivo 50501, que promete mobilizar dezenas de milhares de manifestantes em centenas de localidades pelo país. As informações são da RFI.
O nome do grupo remete à proposta de realizar protestos simultâneos nos 50 estados norte-americanos, uma estratégia que já resultou em oito jornadas nacionais de mobilização desde a volta de Trump à Casa Branca. Entre elas, destaca-se o ato “No Kings”, realizado em 14 de junho — data de aniversário do presidente — em paralelo a um desfile militar em Washington. Outra ação importante foi a homenagem nacional ao congressista e ícone dos direitos civis John Lewis, promovida em 17 de julho.
A mobilização deste sábado tem como foco denunciar uma série de medidas adotadas pelo governo Trump, que os organizadores classificam como autoritárias e violadoras de direitos civis. Em nota oficial, o coletivo 50501 afirma que o objetivo é transformar a “raiva coletiva em ação coordenada” contra iniciativas como a militarização da agência de imigração ICE e a construção de centros de detenção para migrantes em áreas pantanosas — apelidados de “Alligator Alcatraz” — erguidos em poucos meses.
Entre as denúncias levantadas também estão o suposto acobertamento de documentos ligados ao caso Jeffrey Epstein, os ataques aos direitos da população trans e o desmonte de políticas públicas.
“O governo Trump exalta o neofascismo americano e isso nos deu motivos de sobra para nos revoltarmos”, declarou Hunter Dunn, coordenador nacional de imprensa do 50501, de acordo com a reportagem. Segundo ele, o presidente é responsável por construir “campos de concentração” e por “financiar genocídios”.
As manifestações ocorrerão em grandes centros urbanos como Nova York, Los Angeles, Atlanta e Houston, além de dezenas de capitais estaduais e cidades menores. No site oficial do movimento, foi disponibilizado um mapa interativo com os locais de protesto.
Ao todo, 278 grupos locais aderiram à jornada de ações, que vão além das tradicionais marchas e discursos. Estão programadas também atividades comunitárias como mutirões de limpeza urbana e campanhas de arrecadação de alimentos.
“Nosso movimento é enraizado na não violência, mas está longe de ser passivo. Estamos unidos, fortes e determinados a mostrar ao mundo a força irresistível de comunidades que se levantam contra a injustiça”, diz trecho do manifesto publicado pelo 50501.
O nome “Rage Against the Regime” é uma alusão direta à banda de rock Rage Against the Machine, conhecida por seu repertório crítico e postura anti-autoritária. Apesar da homenagem, não há envolvimento oficial dos integrantes da banda com os protestos. Com o aumento da tensão política nos Estados Unidos desde o retorno de Trump ao poder, a expectativa é de que esta seja uma das maiores mobilizações populares de 2025.