sábado, 17 de maio de 2025

Itaipu completa 51 anos com foco em inovação energética

Em 17 de maio de 1974, foi assinada a Ata de Fundação de Itaipu Binacional, fruto de um acordo entre Brasil e Paraguai

(Foto: Reprodução/Itaipu Binacional )

Agência Brasil - A usina hidrelétrica de Itaipu, líder mundial em geração acumulada de energia limpa, completa 51 anos neste sábado (17). Fruto de um acordo entre Brasil e Paraguai assinado em 1974, ela tem papel estratégico no fornecimento de eletricidade e no desenvolvimento regional.

Atualmente, cerca de 7% da energia elétrica consumida no Brasil procedem de Itaipu. A usina informou que tem tarifa reduzida em 26% desde 2023 – valor que será mantido até dezembro de 2026. A empresa opera com mais de 97% de disponibilidade, fornecendo energia a mais de 20 milhões de pessoas no Brasil.

Em 2025, Itaipu recebeu o Milestone Award, principal premiação do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) como uma das obras que transformaram a engenharia mundial. A usina - construída há 51 anos sem modelagem digital e com mão de obra de mais de 40 mil trabalhadores - tem hoje 20 unidades geradoras e 14 GW de potência instalada. Os mais de três bilhões de megawatts-hora acumulados desde o início da produção de Itaipu seriam suficientes para abastecer o mundo inteiro por 43 dias.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, explica que Itaipu é mais do que uma usina. “É um projeto de integração entre nações, de compromisso com o desenvolvimento sustentável e de liderança na transição energética. Ao completar 51 anos, reafirmamos nossa missão de fornecer energia limpa e acessível com responsabilidade social e ambiental para o Brasil, o Paraguai e o planeta”, afirmou.

Transição energética

Na área de inovação, Itaipu investe na transição energética por meio de projetos em biogás, hidrogênio de baixo carbono, combustível sustentável de aviação e uma usina solar flutuante no próprio reservatório. Cerca de US$ 649 milhões estão sendo aplicados na atualização tecnológica da hidrelétrica.

“Além da produção energética com uma das três tarifas mais baratas do país, Itaipu mantém forte atuação em sustentabilidade. Desde os anos 1980, a usina promove ações ambientais e sociais. Em 2005, ela assumiu oficialmente o compromisso de produzir energia com responsabilidade socioambiental, destacada na sua missão institucional”, diz nota da empresa.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Presidente da Federação Paulista de Futebol oficializa candidatura à presidência da CBF

Dirigente paulista Reinaldo Carneiro Bastos busca substituir Ednaldo Rodrigues, afastado pela Justiça

Presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, em 2023 (Foto: Rebeca Reis/FPF)

Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), anunciou oficialmente neste sábado (17) sua candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Em nota divulgada pela FPF, o dirigente afirmou: "Reconstruir a credibilidade do futebol brasileiro exige ação e experiência. Precisamos de uma nova CBF: aberta, moderna, ambiciosa e profissional. A entidade que gere a maior paixão nacional e que fatura mais de R$ 1 bilhão ao ano deve ser administrada com transparência" .

A eleição está marcada para o dia 25 de maio, um domingo, véspera da chegada do técnico Carlo Ancelotti ao Brasil para assumir o comando da seleção nacional. O pleito visa substituir Ednaldo Rodrigues, afastado pela Justiça após decisão que considerou nulo o acordo que permitiu sua reeleição até 2030, devido à suposta falsificação da assinatura do ex-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, diagnosticado com câncer cerebral desde 2018 .

Carneiro Bastos conta com o apoio de oito federações estaduais e 30 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, totalizando 67 votos. Para ser eleito, são necessários 71 votos, e a expectativa é de que mais cinco clubes formalizem apoio nos próximos dias, o que garantiria a maioria necessária no colégio eleitoral de 141 votos.

O principal concorrente de Reinaldo é Samir Xaud, médico e presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol (FRF) para o período de 2027 a 2030. Xaud desponta como favorito, contando com o apoio de 19 das 27 federações estaduais e do interventor Fernando Sarney, nomeado após o afastamento de Ednaldo Rodrigues. Além disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes sinalizou preferência por Xaud, embora sua inexperiência preocupe clubes da Série A .

Entretanto, Xaud enfrenta acusações de improbidade administrativa relacionadas à sua gestão como diretor-geral do Hospital Geral de Roraima entre 2017 e 2020. Segundo o Ministério Público de Roraima, ele e outros gestores teriam simulado serviços médicos para justificar pagamentos à empresa Coopebras, causando um prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. Além disso, já foi suspenso por dois anos da função de perito médico do Tribunal de Justiça de Roraima por erro em laudo.

Fonte: Brasil 247 

Moraes rejeita pedido da defesa e mantém oitivas sobre plano golpista de Bolsonaro

Ministro do STF afirma que novas provas não alteram a acusação já aceita contra o ex-presidente, que é réu por tentativa de golpe de Estado
       Alexandre de Moraes (Foto: Luccas Zappalá/STF)

 O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido feito pelos advogados de Jair Bolsonaro (PL) para suspender as audiências com testemunhas no caso que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, informa o jornal O Globo. Segundo Moraes, as novas provas reunidas não modificam o núcleo da denúncia já aceita pela Corte.

Bolsonaro havia solicitado o adiamento das oitivas para ter mais tempo de analisar os novos materiais incluídos no processo. No entanto, Moraes destacou que as provas adicionais “em nada alteraram os fatos imputados na acusação”. Ele ainda ressaltou que o conteúdo já foi previamente analisado pelo Judiciário ao aceitar a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

“A disponibilização desse material, entretanto, em nada alterou os fatos imputados na acusação, consubstanciada na denúncia oferecida pelo Ministério Público e o conjunto probatório em que foi baseada”, escreveu o ministro do STF no despacho.

Com a negativa, o cronograma de depoimentos segue inalterado. As oitivas começam na próxima segunda-feira (19), com testemunhas indicadas pela PGR. Entre os primeiros a prestar depoimento estão os ex-comandantes militares Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica). O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi retirado do rol de testemunhas pela PGR, que não justificou a decisão.

Segundo relatos prestados à Polícia Federal, Freire Gomes e Baptista Junior confirmaram que Bolsonaro apresentou a eles uma proposta para reverter o resultado eleitoral que deu vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Outras figuras ligadas ao governo Bolsonaro também serão ouvidas, entre elas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (PL-RN).

No dia 22, as audiências incluem testemunhas citadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada com a PF. Entre elas está o general Júlio Cesar de Arruda, que assumiu o comando do Exército no início do governo Lula.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Para conter avanço bolsonarista, PT quer eleger "bancada lulista" no Senado em 2026

Objetivo é evitar uma maioria bolsonarista na Casa, nem que para isso sejam necessárias mais alianças com partidos de centro e centro-direita

        Lula e Humberto Costa (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A cúpula do PT pode adotar uma estratégia pragmática nas eleições de 2026: abrir mão de candidaturas próprias ao Senado em alguns estados e apoiar nomes de partidos aliados como MDB, PSD e PSB. O objetivo é conter o avanço do bolsonarismo na Câmara Alta e evitar uma maioria de oposição que possa dificultar o eventual quarto mandato do presidente Lula (PT), informa a Folha de S. Paulo.

A articulação eleitoral passa diretamente pelo temor de que Jair Bolsonaro (PL), inelegível, organize uma ofensiva para eleger aliados ao Senado. A preocupação do PT é que o bolsonarismo use o espaço para tensionar o Supremo Tribunal Federal (STF), defender anistia a envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 e barrar indicações do governo ao Banco Central e às agências reguladoras.

Bolsonaro e seu grupo devem escalar nomes de confiança para a disputa — entre eles, Michelle, Flávio e Eduardo Bolsonaro, todos filiados ao PL. Atualmente, a legenda bolsonarista detém a segunda maior bancada do Senado, com 14 parlamentares, oito deles com mandato até 2031.

Frente a esse cenário, o presidente nacional do PT, senador Humberto Costa, confirma a movimentação: “estamos em uma fase de diagnóstico para começar as conversas internas e com partidos aliados. A nossa expectativa é construir uma bancada lulista e impedir que a extrema direita possa fazer maioria, o que seria um problema”.

Petistas que buscarão reeleição e nomes já colocados - O PT tem atualmente nove senadores, mas seis deles terminam o mandato em fevereiro de 2027. Cinco devem tentar renovar suas cadeiras: Jaques Wagner (BA), Humberto Costa (PE), Rogério Carvalho (SE), Fabiano Contarato (ES) e Randolfe Rodrigues (AP) — estes dois últimos eleitos pela Rede Sustentabilidade e que migraram para o PT durante a legislatura.

A única exceção é o senador Paulo Paim (RS), que já anunciou que não buscará um novo mandato. O favorito à sua sucessão é o deputado federal e ex-ministro Paulo Pimenta.

Além disso, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), é considerada o único nome certo do partido para o Senado em 2026. Ela encerra seu segundo mandato e é vista como favorita.

Outros nomes também estão no radar, mas dependem de composições locais. No Distrito Federal, a deputada Erica Kokay (PT) deve disputar uma vaga. No Amazonas, o ex-deputado Marcelo Ramos tenta viabilizar sua candidatura. No Rio de Janeiro, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, cogita o Senado, mas admite a possibilidade de disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Conflitos internos e negociações com aliados - A disputa na Bahia é emblemática. O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), articula sua candidatura ao Senado, o que provocou tensão na base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT), já que os senadores Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD) também desejam reeleição. A possibilidade de uma chapa com Rui Costa e Jaques Wagner vem sendo cogitada, mas o PT local caminha com cautela para evitar rupturas.

No Ceará, o deputado José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, deseja uma vaga ao Senado. Porém, enfrenta resistências de aliados do governador Elmano de Freitas (PT). Nomes como Eunício Oliveira (MDB), que tenta retornar ao Senado, o ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos) e o deputado Júnior Mano (PSB), com apoio de Cid Gomes, compõem o tabuleiro eleitoral.

No Piauí, o PT pressiona por candidatura própria, mas o governador Rafael Fonteles (PT) sinaliza apoio a Marcelo Castro (MDB) ou Júlio Cesar (PSD). Em Alagoas, Lula deve respaldar a tentativa de reeleição de Renan Calheiros (MDB), o que pode inviabilizar o projeto do deputado Paulão (PT).

São Paulo e Rio: nomes indefinidos - Em São Paulo, um dos maiores centros eleitorais do país, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) é apontado como nome viável para enfrentar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL). No entanto, há pressão para que Alckmin permaneça como vice na chapa presidencial de Lula.

Já no Rio de Janeiro, o quadro é mais incerto. Aliados do prefeito Eduardo Paes — que deve ter o apoio de Lula na eleição estadual — discutem os nomes do deputado evangélico Otoni de Paula (MDB) e do ex-deputado Alessandro Molon (PSB) para a disputa ao Senado.

A estratégia nacional petista está clara: mais que hegemonia partidária, o foco será derrotar o bolsonarismo. Em estados como o Amazonas, o partido deve priorizar o apoio a nomes como o senador Eduardo Braga (MDB), que enfrentará o bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL). A lógica deve se repetir em diversas unidades da federação: alianças pragmáticas para evitar a formação de uma maioria conservadora no Senado que possa minar a governabilidade de Lula a partir de 2027.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

PF prende líder do PCC na Bolívia e ministro da AGU reforça defesa da PEC da Segurança

"Com a aprovação da PEC, teremos ainda mais integração de dados e uma coordenação mais eficaz", justificou Jorge Messias ao celebrar a prisão de Tuta

Marcos Roberto de Almeida, o "Tuta" (Foto: Reprodução)

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, manifestou apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública após a prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como sucessor de Marcola no comando da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A declaração foi feita neste sábado (17), por meio de uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

De acordo com a CNN Brasil, a prisão de Tuta, ocorrida na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, foi resultado de uma operação conjunta entre a Polícia Federal do Brasil e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC), das autoridades bolivianas. O criminoso foi detido sob a acusação de uso de documento de identidade falso. A PF confirmou que o nome de Tuta constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, que permite a captura de foragidos em escala internacional.

Em sua manifestação nas redes, Messias parabenizou a atuação da polícia e associou o êxito da operação à importância da PEC da Segurança. “Com a aprovação da PEC da Segurança Pública, teremos ainda mais integração de dados e uma coordenação mais eficaz. É preciso dar paz e tranquilidade aos cidadãos e cidadãs em nosso país”, escreveu o ministro.

PEC é prioridade do governo em 2025 - A Proposta de Emenda à Constituição que trata da segurança pública foi apresentada ao Congresso Nacional no final de abril, em um ato simbólico. Desde então, o Palácio do Planalto vem tratando a proposta como uma das prioridades legislativas para o ano de 2025.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), prometeu celeridade na tramitação da matéria. No entanto, a proposta enfrenta resistência de governadores da oposição, que veem risco de invasão da autonomia estadual no controle das forças de segurança pública.

A PEC da Segurança Pública pretende estruturar mecanismos de cooperação entre os entes federativos e centralizar dados de inteligência para facilitar o combate ao crime organizado em nível nacional. O governo argumenta que a medida é fundamental para lidar com organizações criminosas que atuam além das fronteiras estaduais e, frequentemente, internacionais — como é o caso do PCC.

Prisão internacional e extradição - Conforme divulgado pela Polícia Federal, Marcos Roberto de Almeida foi condenado no Brasil por crimes como associação criminosa e lavagem de dinheiro, com uma pena que ultrapassa 12 anos. Após sua captura na Bolívia, ele permanece sob custódia das autoridades locais, aguardando a confirmação oficial de sua identidade e a tramitação dos procedimentos legais necessários para sua extradição ao Brasil.

A prisão de Tuta representa um golpe na cúpula do PCC, que vinha sendo monitorada por agências de inteligência brasileiras. Sua captura reforça a cooperação internacional entre forças de segurança da América do Sul e se soma a uma série de medidas adotadas para desarticular lideranças do crime organizado fora do território nacional.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

VÍDEO – Jovem negra é demitida por tranças afro e falta de “estilo social”

Gabriela Barros foi demitida após adotar tranças em cabelo. Foto: reprodução

A jovem Gabriella Barros, negra de 21 anos, entrou com uma ação na Justiça do Trabalho de Alagoas contra a empresa onde trabalhou como vendedora em Maceió. Ela alega ter sido discriminada por usar tranças no cabelo e pede indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil. O caso ocorreu entre outubro de 2024 e abril de 2025, quando Gabriella atuava em uma empresa de consórcios e cartas de crédito.

No dia 24 de março, Gabriella recebeu um ultimato de sua chefe, que afirmou ser “regra da empresa” não permitir tranças. Em áudio obtido pelo UOL, a mulher diz: “Nem venha com essa trança, tô te avisando”. Em outro trecho, ela completa: “Se você disser assim: ‘Pô, para mim realmente não dá para eu tirar o cabelo, é o meu estilo, eu quero ficar com o cabelo’ não tem nenhum problema. Mas aqui na minha empresa, eu não aceito”.

A chefe ainda criticou o estilo de vestir da funcionária: “Se você tivesse um estilo mais social, eu ainda aceitaria seu cabelo, mas você não tem um estilo social”.

Gabriella já havia sido advertida no início do contrato sobre as tranças e, na ocasião, as removeu. Porém, semanas depois, ao adotar outro estilo, decidiu não ceder novamente.

Além da indenização por danos morais, a ação trabalhista pede o pagamento do FGTS e da multa de 40% pela demissão sem justa causa. O advogado Pedro Gomes, que representa Gabriella, argumenta que a exigência da empresa é discriminatória.

“Nota-se que a reclamada nutria realmente um profundo ódio, não apenas queria arrancar a reclamante de seu quadro de funcionários, como ainda queria a prejudicar, tentando induzi-la a erro para que suas verbas rescisórias fossem suprimidas”, diz a petição.

Durante o aviso-prévio, Gabriella foi realocada para funções sem contato presencial com clientes, o que a defesa interpreta como uma tentativa de escondê-la. “O cabelo é significativo na construção da identidade do homem e da mulher negra, e é um direito do indivíduo apresentar-se com cortes de cabelo que remetam às origens de seu povo”, defendeu o advogado.

Ao compartilhar o caso no Instagram, Gabriella recebeu apoio de centenas de pessoas. A discussão sobre discriminação racial relacionada a penteados afro ganhou força, relembrando casos semelhantes que já chegaram aos tribunais brasileiros.

Fonte: DCM

Conversa entre Cid e seu pai mostra os bastidores da derrota de Bolsonaro: “Uma pancada”

        Mauro Cid, delator da trama golpista, e seu pai, o general Mauro Lourena Cid. Foto: reprodução

Um diálogo inédito pelo WhatsApp entre o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, expõe os bastidores da reação do núcleo bolsonarista à derrota de Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno das eleições de 2022. As mensagens, trocadas entre 2 de outubro (noite da apuração) e os dias seguintes, mostram a perplexidade e as primeiras teorias sobre os resultados que deram 48% a Lula contra 43% de Bolsonaro.

Na noite da apuração, o general enviou uma mensagem de consolo ao filho: “Boa noite filho! Estamos juntos! Não deu agora? Vai dar certo na próxima!!”. Mauro Cid não respondeu imediatamente, só reagindo no dia seguinte através de áudios onde manifestava surpresa com os números.

“Realmente foi uma pancada um pouco forte. A gente que era do núcleo mais operacional do presidente, nas viagens, pé no chão, contato com o povo, a impressão era primeiro turno ou sair na frente, largar na frente pro segundo turno”, disse o então assessor de Bolsonaro.

O tom das mensagens revela a dissonância entre a percepção da equipe de campanha e os resultados oficiais – narrativa que depois seria usada para questionar as urnas.

“Mas o grupo político, o pessoal que já tem mais cancha de eleição, inclusive mostraram isso ontem. O grupo político já tinha levantado esse percentual, 48 a 44, só que a gente não conseguia ver isso na rua. Muito estranho isso aí”, continuou Cid, ecoando o discurso que alimentaria as teorias de fraude eleitoral.

O general Lourena Cid, contemporâneo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) nos anos 1970 e então diretor da Apex em Miami, reforçou a narrativa do filho.

“É, ontem foi, eu imagino como você ficou aí, filho. Mas tamos torcendo aí, vai dar tudo certo”, respondeu, antes de questionar a lógica dos resultados: “O lado positivo também é quantos senadores, governadores, deputados estaduais ele fez aí, muito bacana. Então realmente é completamente ilógico o cara votar nos quatro e no último não conseguir votar, né, isso foi danado”.

As mensagens mostram ainda a confiança do núcleo bolsonarista numa virada no segundo turno. Cid citou previsões internas de que Bolsonaro abriria 10 pontos percentuais sobre Lula após as alianças: “E esse mesmo pessoal que fez essa previsão tá dizendo que agora, com as alianças pro segundo turno, é dez por cento, ele bate dez por cento à frente do Lula. Vamos ver se realmente vai acontecer”.

Diálogos entre Mauro Cid e Lourena Cid após o 1° turno das eleições. Foto: reprodução

Após a derrota definitiva no segundo turno, o general voltou a contatar o filho pedindo uma avaliação do cenário: “Posso ajudar? Como vc está?”. A resposta de Cid foi evasiva: “era necessário esperar ‘a poeira baixar’ para avaliar o cenário”.

O material não revela conversas sobre as articulações golpistas que ocorreriam nos meses seguintes, embora pai e filho tenham mantido ligações pelo WhatsApp cujo conteúdo permanece desconhecido.

A defesa de Mauro Cid informou que não comentaria os diálogos por não ter tido acesso ao material completo. As mensagens reforçam como o discurso de fraude eleitoral foi construído imediatamente após os primeiros resultados desfavoráveis, antes mesmo de qualquer análise técnica, a partir da percepção subjetiva da equipe bolsonarista sobre o “contato com o povo”.

Diálogos entre Mauro Cid e Lourena Cid após o 2° turno das eleições. Foto: reprodução

Fonte: DCM

Gilmar Mendes: defesa da anistia é para livrar a cúpula da tentativa de golpe

O STF tornou vários réus no inquérito sobre tentativa de ruptura institucional. No Congresso, oposição ao governo tenta manobras em favor da para anistia

Ministro do STF Gilmar Mendes (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes criticou nesta sexta-feira (16) a possibilidade de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. De acordo com o magistrado, o perdão seria para beneficiar a "cúpula do golpe".

"A rigor, se fala na anistia, na defesa do interesse da cúpula do sistema, da cúpula do golpe. As pessoas descobrem que havia idosos e mães de filhos menores de 12 anos nas prisões, passando a defender não só redução da pena, o que é legítimo, mas a própria anistia", disse o ministro em entrevista à coluna Poder e Mercado.

Possíveis anistia para envolvidos nos atos golpistas podem beneficiar quem é alvo do inquérito da trama golpista. No Supremo Tribunal Federal, as manifestações terroristas do 8 de janeiro, em Brasília (DF), são parte de uma investigação mais ampla, sobre tentativa de golpe.

Se parlamentares do Congresso Nacional aprovarem a proposta de anistia aos participantes dos 8/1, o projeto pode resultar, por exemplo, em diminuição de penas para os investigados no plano golpista.

O STF já tornou mais de 500 réus por envolvimento nas manifestações terroristas, em que bolsonaristas invadiram e quebraram estruturas do Congresso, do Planalto e do Supremo. A Corte também tornou 21 réus pela participação na trama golpista - o número pode aumentar, porque novos julgamentos acontecerão.

O ministro Gilmar Mendes faz parte da Segunda Turma do STF junto com Dias Toffoli, Edson Fachin, André Mendonça e Kassio Nunes Marques. O julgamento do plano golpista ocorre na Primeira Turma da Corte - Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Flávio Dino. A divisão de Turmas existe para agilizar processos.

No Congresso, parlamentares da oposição a Lula, principalmente, podem aprofundar as articulações para aprovar medidas que atingem o STF. Aprovada pelo Senado, a PEC 8/2021 proíbe que ministros do Supremo concedam medidas cautelares individuais, impõe que tais decisões sejam exclusivamente colegiadas, por decisão do plenário do STF.

Outra medida (PEC 28/2024) autoriza o Congresso a suspender decisões do STF quando dois terços dos parlamentares discordarem das sentenças do Supremo. Uma terceira proposta facilita o impeachment de ministros do Supremo.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), por exemplo, já alertou para as tentativas de retaliação ao STF por causa de parlamentares bolsonaristas.

Fonte: Brasil 247 com a Coluna Poder e Mercado

Eduardo articulou nos EUA designação de facções como terroristas para enviar imigrantes brasileiros às masmorras de El Salvador

Proposta, que chegou ao governo brasileiro, foi rechaçada pelas autoridades nacionais

     Eduardo Bolsonaro (Foto: Reuters)

Autoexilado nos Estados Unidos desde fevereiro, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, sugeriu à administração de Donald Trump que imigrantes brasileiros detidos nos Estados Unidos e suspeitos de envolvimento com o PCC e o Comando Vermelho sejam enviados para cumprir pena na megaprisão de El Salvador, o CECOT, denunciada por violações de direitos humanos.

As informações são do Mother Jones, que destacou em publicação na última semana o risco para a comunidade brasileira como um todo no país norte-americano.

Após analisar os acordos de extradição entre Brasil e EUA, Eduardo sugeriu que poderia ser possível fazer com que “criminosos brasileiros cumpram suas penas em prisões em El Salvador”. Tais "criminosos", segundo o Mother Jones, estariam presos nos EUA apenas por "supostas ligações" com as facções.

A proposta, que inclui a classificação desses grupos como organizações terroristas estrangeiras e já rechaçada pelo governo brasileiro, foi inspirada em ações anteriores de Trump contra gangues latino-americanas.

Apesar do apoio de Eduardo e de conversas com autoridades americanas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que a legislação brasileira não permite tal classificação.

Fonte: Brasil 247 com informações do site Mother Jones

Custo de cesta básica ideal para uma pessoa chega a R$ 432 em abril

Renda de 70% da população é insuficiente para ter alimentação saudável

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Levantamento do Instituto Pacto Contra a Fome mostrou que a cesta básica ideal para uma alimentação saudável no Brasil teve um custo de R$ 432 por pessoa em abril deste ano. Isso representa 21,4% da renda média per capita dos brasileiros, estimada em R$ 2.020, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados no último dia 8 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados constam na edição de maio do Boletim Mensal de Monitoramento da Inflação dos Alimentos, realizado pelo instituto. A publicação revelou ainda que mais de 70% da população brasileira não tem renda suficiente para arcar com os custos dessa alimentação adequada e com as demais despesas.

Além disso, a entidade ressalta que mais de 10% da população vive com uma renda inferior ao valor total da cesta, o que equivale a cerca de 21,7 milhões de pessoas.

“Essa estimativa revela que, mesmo sendo um direito garantido, a alimentação adequada está fora do alcance da maioria da população. Nosso objetivo é evidenciar a distância entre a garantia constitucional e a realidade econômica das famílias”, afirmou, em nota, o gerente de Inteligência Estratégica do Pacto Contra a Fome, Ricardo Mota.

Sem monitoramento contínuo e políticas públicas efetivas e baseadas em evidências, o enfrentamento da insegurança alimentar continua ineficaz.

Para calcular o custo da cesta ideal, o instituto usou como base a cesta do Núcleo de Epidemiologia e Biologia da Nutrição (NEBIN), da Universidade de São Paulo (USP), composta por alimentos in natura e minimamente processados, alinhada ao Guia Alimentar para a População Brasileira e à Comissão EAT-Lancet.

Inflação

Segundo o boletim, o impacto da inflação alimentar é até 2,5 vezes maior para famílias vulneráveis do que para as de alta renda.

A publicação destaca a pressão dos preços do setor alimentício na inflação do mês de abril. O grupo de Alimentação e Bebidas subiu 0,82% no mês, com destaque para a alta expressiva nos preços da batata (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%) - alimentos que lideraram o impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No mesmo mês, o índice geral [IPCA] ficou em 0,43%, o que reforça o peso desproporcional da inflação de alimentos sobre o custo de vida das famílias, principalmente as de menor renda, concluiu o Pacto Contra a Fome.

A avaliação do instituto é que, embora haja queda em produtos como arroz (-4,19%), mamão (-5,96%) e feijão preto (-5,45%), a pressão inflacionária continua concentrada em itens essenciais e in natura, sensíveis a variações climáticas e sazonais.

Fonte: Brasil 247

Chico Alencar apresenta projeto para restringir ação de influenciadores na promoção de apostas online

Deputado do Psol propõe regras mais rígidas para publicidade de cassinos virtuais, com foco em proteção de jovens e combate ao vício

     Virgínia Fonseca (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados que visa estabelecer regras mais rígidas para a publicidade de apostas esportivas e cassinos virtuais, especialmente nas redes sociais. A iniciativa busca coibir o papel de influenciadores e criadores de conteúdo que promovem essas plataformas digitais, cuja atuação tem sido associada à normalização do jogo e ao estímulo a comportamentos de risco entre jovens e pessoas em situação de vulnerabilidade econômica.

A proposta, conforme detalhado em reportagem de Paulo Cappelli, do Metrópoles, determina que qualquer conteúdo pago que promova sites de apostas deverá identificar claramente seu caráter publicitário. Influenciadores também serão obrigados a declarar se recebem comissão — direta ou indireta — sobre as perdas dos apostadores que acessam os serviços por meio de seus perfis ou links promocionais.

Proteção à infância e responsabilidade das plataformas - Um dos pontos centrais do texto é a proibição de anúncios em perfis e canais voltados ao público infantojuvenil ou com maioria de seguidores menores de 18 anos. Segundo a proposta, cabe às próprias redes sociais garantir que essas restrições sejam observadas, exercendo uma função fiscalizadora sobre os conteúdos veiculados.

Além disso, as propagandas deverão incluir alertas sonoros e visuais sobre os riscos do jogo e a possibilidade de dependência. Esses avisos precisam ocupar ao menos um terço do tempo de duração ou da área da propaganda. Em sites de apostas, o alerta deverá cobrir 30% da tela, permanecendo visível por um mínimo de 10 segundos antes de poder ser encerrado.

“Promessas ilusórias” e impacto nas classes mais pobres - Na justificativa do projeto, Chico Alencar alerta para o viés enganoso das propagandas de apostas online. “Indivíduos em situação de dificuldade econômica, pressionados por carências e expectativas de ascensão rápida, tornam-se mais suscetíveis a promessas ilusórias de enriquecimento, o que pode agravar o endividamento e a instabilidade financeira”, afirma o parlamentar no texto.

O projeto também propõe que as plataformas de apostas implementem medidas como verificação obrigatória de idade, ferramentas de autoexclusão e limites de gastos para os usuários. Além disso, prevê que 1% da receita bruta dessas empresas seja obrigatoriamente destinada a iniciativas de prevenção e tratamento da dependência em jogos, bem como a campanhas de conscientização pública.

Multas pesadas para quem descumprir as regras - As sanções previstas no projeto são severas. Em caso de descumprimento das normas, as empresas poderão ser punidas com multas de até 10% do faturamento anual, suspensão de atividades ou até cassação da licença de funcionamento. Para os influenciadores, as penalidades variam de R$ 100 mil a R$ 20 milhões, dependendo da gravidade da infração e da audiência alcançada com a propaganda irregular.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Nos EUA, gripe aviária atingiu 170 milhões de aves e ainda pressiona o preço dos ovos

Brasil registrou foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul

(Foto: Reuters/Sam Mircovich)

A epidemia de gripe aviária que devastou a avicultura dos Estados Unidos desde 2022 ainda reverbera na economia americana. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (Usda), divulgados pela Folha de S. Paulo, cerca de 170 milhões de aves foram abatidas em decorrência do vírus H5N1, com registros da doença em 783 granjas comerciais. A crise sanitária provocou uma explosão no preço dos ovos e obrigou o governo do presidente Donald Trump a adotar medidas emergenciais para conter os impactos econômicos e garantir o abastecimento interno.

Embora os números indiquem uma desaceleração nos focos da doença — de 12,6 milhões de aves contaminadas em fevereiro para 1 milhão em abril —, a preocupação persiste. A redução no ritmo das infecções não impediu que os preços permaneçam elevados. Em abril, o valor médio de uma dúzia de ovos grandes chegou a US$ 2,86, o que representa um aumento de 79% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Para responder à crise, os EUA investiram US$ 1 bilhão em um plano de combate à gripe aviária, anunciado em fevereiro deste ano. Desse total, US$ 500 milhões foram destinados a reforços em biossegurança, US$ 400 milhões ao suporte direto aos produtores prejudicados e US$ 100 milhões ao desenvolvimento de soluções racionais e vacinas.

Além dos investimentos, os Estados Unidos flexibilizaram regras sanitárias e intensificaram as importações, especialmente de ovos provenientes do Brasil, Coreia do Sul e Turquia. Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), apenas em abril, as exportações brasileiras do produto saltaram 271%, somando 4,3 mil toneladas métricas. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2025, o país já exportou 13 mil toneladas, um avanço de 134% em relação ao ano anterior.

A escassez de ovos também jogou luz sobre a concentração do mercado norte-americano. A Cal-Maine Foods, responsável por cerca de 20% da produção nacional, está sob investigação do Departamento de Justiça dos EUA. A empresa triplicou seu lucro no primeiro trimestre do ano, atingindo US$ 508,5 milhões, enquanto consumidores enfrentavam os preços mais altos da história recente.

⊛ Impacto global e reflexos no Brasil - O alastramento da gripe aviária pelos EUA e o recente registro de um foco da doença em Montenegro, no Rio Grande do Sul, levaram a reações imediatas no comércio internacional. A China, a União Europeia e a Argentina anunciaram a suspensão das importações de carne de frango brasileira, após a confirmação do caso pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Embora os riscos à saúde humana pelo consumo de carne ou ovos contaminados sejam mínimos, o Brasil decretou emergência zoossanitária e iniciou rastreamentos para evitar a disseminação do vírus.

Especialistas alertam que, caso a situação não seja contida, os impactos podem ser severos também para o Brasil. O setor emprega mais de 500 mil pessoas, responde por US$ 10 bilhões em exportações e lidera com 35% o mercado mundial de proteína de frango.

⊛ O que é a gripe aviária? - O vírus H5N1 pertence à família influenza e afeta aves com alta letalidade, sobretudo em ambientes de criação intensiva. Embora tenha sido identificado em gansos ainda em 1996, só em 2023 foram registrados os primeiros casos em animais silvestres no Brasil. A transmissão para humanos é rara, ocorrendo apenas em casos de contato direto com aves vivas infectadas. Nos EUA, houve ainda registros de infecção em bovinos e, no Chile, o vírus chegou a contaminar leões marinhos.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Gripe aviária: especialistas veem impacto limitado da suspensão das exportações de carne de frango do Brasil

A indústria deve redirecionar a produção das unidades afetadas para o mercado interno e priorizar as exportações dos estados não impactados

     (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)

A confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil levou à suspensão das importações de carne de frango por parte da China, da União Europeia e da Argentina. O caso foi registrado em uma granja de galinhas matrizes no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e acendeu o alerta nas autoridades sanitárias e no mercado internacional.

Apesar da reação imediata dos parceiros comerciais, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reforçou que não há risco de transmissão da doença para seres humanos e que todas as medidas sanitárias necessárias foram adotadas para conter a propagação do vírus.

◉ Exportações suspensas e reações globais - A China optou por interromper as compras de carne de frango por 60 dias. A Argentina anunciou suspensão até que o Brasil seja novamente considerado livre da doença. A União Europeia seguiu a mesma linha. Outros países, como Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, tendem a impor restrições apenas aos produtos originados no Rio Grande do Sul.

Em entrevista à TV Centro América, o ministro Carlos Fávaro explicou que o foco está concentrado no município gaúcho e que as exportações do estado foram suspensas preventivamente. “O processo deve durar entre 28 e 60 dias”, afirmou.

◉ Analistas veem impacto limitado nas exportações - O Brasil é líder mundial nas exportações de carne de frango, com 5,29 milhões de toneladas exportadas em 2024. Mesmo assim, José Carlos Hausknecht, sócio da consultoria MB Agro, ouvido pelo jornal O Globo, avalia que o impacto nas exportações será restrito. Segundo ele, apenas cerca de 10% da produção afetada poderá ser redirecionada ao mercado interno, o que não seria suficiente para derrubar os preços.

Para André Braz, coordenador de índices de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), os efeitos no mercado interno dependerão da evolução da doença. “Vide o que ocorreu nos EUA com o preço do ovo. Disparou com o avanço da gripe aviária”, alertou.

◉ Preço dos alimentos pode subir - A avaliação é de que, se o vírus se espalhar e for necessário o abate de um grande número de aves, a oferta interna de carne e ovos poderá cair, o que provocaria uma elevação nos preços.

Bruno Lucchi, diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), lembra que o vírus está presente globalmente desde 2006. O Brasil, segundo ele, vinha escapando por estar fora das rotas principais de contaminação, apesar de fazer parte das rotas de aves migratórias. “Era inevitável”, reforçou Hausknecht.

◉ Regionalização como solução - Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), defendeu a aplicação do princípio da regionalização, aceito pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa), para evitar prejuízos nacionais. Ele citou como exemplo os Estados Unidos, que mesmo com surtos mantiveram as exportações. “As pessoas comeram, não tiveram nenhum problema”, disse.

Santin também afirmou que o Brasil já busca novos mercados, como Vietnã, Hong Kong e países africanos, para absorver a produção excedente. Contudo, ele pondera que grande parte do que se exporta à China, como pés de frango, não tem demanda significativa no mercado interno.

◉ Situação sob controle, dizem especialistas - Para Hausknecht, enquanto os estados de Santa Catarina e Paraná — grandes produtores — não forem afetados, a situação permanecerá sob controle. Ele destaca que a maior produção de ovos está em São Paulo e Minas Gerais, regiões pouco propensas a receber aves migratórias.

Ele conclui que a indústria tem flexibilidade para se adaptar, redirecionando a produção das unidades afetadas ao mercado interno e priorizando as exportações de estados não impactados.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Corrupção no patrocínio do Corinthians: PF aponta desvio de R$ 1 milhão para empresa ligada ao PCC

Investigação revela que valores do contrato com a Vai de Bet foram desviados por empresas de fachada

Presidente do Corinthians Augusto Melo, de amarelo, com jogadores do clube em anúncio do patrocínio da Vai de Bet (Foto: Divulgação/Agência Corinthians)

A Polícia Federal concluiu que parte dos valores pagos pelo Corinthians à intermediária Rede Social Media, no âmbito do contrato de patrocínio com a casa de apostas Vai de Bet, foi desviada para empresas de fachada ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A investigação, que durou quase um ano, revelou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo diversas empresas e pessoas físicas, incluindo uma empregada doméstica que desconhecia a existência da empresa em seu nome. O clube é considerado vítima no caso, mas o presidente Augusto Melo enfrenta um processo de impeachment, com votação marcada para o dia 26 de maio.

Em janeiro de 2024, o Corinthians anunciou um contrato de patrocínio com a Vai de Bet no valor de R$ 360 milhões. A intermediação do acordo foi realizada pela empresa Rede Social Media Design Ltda, pertencente a Alex Cassundé, que havia atuado na campanha presidencial de Augusto Melo. O clube realizou dois depósitos de R$ 700 mil para a intermediária em março daquele ano.

A investigação revelou que a Rede Social Media repassou parte desses valores para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, uma empresa de fachada registrada em nome de Edna Oliveira dos Santos, uma empregada doméstica de Peruíbe que desconhecia a existência da empresa. Outras empresas envolvidas no esquema incluem a Wave Intermediações e Tecnologia Ltda e a Victory Trading Intermediação de Negócios, Cobranças e Tecnologia Ltda. Os recursos desviados totalizam R$ 1.074.150,00 e foram destinados à UJ Football Talent Intermediação, apontada como braço do PCC no futebol.

O delegado Tiago Fernando Correia, responsável pelo inquérito, afirmou que "o Sport Club Corinthians Paulista foi lesado" e que o clube é vítima de um furto qualificado praticado por uma associação criminosa envolvida com a lavagem de dinheiro. Em nota oficial, o Corinthians declarou que "não tem responsabilidade por qualquer direcionamento de dinheiro que não esteja na conta bancária do clube".

Apesar de o clube ser considerado vítima, as suspeitas sobre a conduta dos dirigentes permanecem. O presidente Augusto Melo prestou depoimento em abril e corre o risco de ser indiciado. Em coletiva realizada nesta sexta-feira (16), Melo negou qualquer possibilidade de renunciar ao cargo, mesmo que seja indiciado no caso. Ao lado de seu advogado, Ricardo Cury, o presidente afirmou estar tranquilo quanto à possibilidade de indiciamento e destacou que confiou nos processos internos ao aprovar o contrato com a Vai de Bet.

A UJ Football Talent, apontada como destinatária final dos recursos desviados, negou qualquer envolvimento com atividades ilícitas. Em nota oficial, a empresa afirmou que "não tem conhecimento sobre qualquer movimentação envolvendo empresas ditas como 'fantasmas' e tampouco tem responsabilidade ou ingerência sobre a origem dos recursos que foram eventualmente repassados por terceiros". A Lion Soccer Sports, empresa ligada a Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, também negou qualquer relação com a UJ Football Talent.

O processo de impeachment de Augusto Melo, iniciado em agosto de 2024, será retomado no dia 26 de maio, após a conclusão do inquérito policial. A votação ocorrerá em meio a um ambiente político conturbado no clube, com diversas demissões e um escândalo envolvendo atletas da base. O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., afirmou que a votação será realizada após o término das investigações.

O caso também chamou a atenção do Senado Federal, que instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades no contrato de patrocínio entre o Corinthians e a Vai de Bet. A CPI busca esclarecer a possível infiltração do PCC no clube e a participação de empresas de fachada no esquema de lavagem de dinheiro.

A investigação revelou um esquema complexo de desvio de recursos envolvendo diversas empresas de fachada e pessoas físicas, com o objetivo de lavar dinheiro para o PCC. O Corinthians, embora considerado vítima, enfrenta uma crise institucional, com seu presidente sob investigação e um processo de impeachment em andamento.

Fonte: Brasil 247